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MANIFESTO CRISTÃO (01) – HUMANISMO
            Em um sermão também intitulado “Manifesto Cristão”, Francis Schaeffer define o humanismo secular como a visão de mundo onde “o homem é a medida de todas as coisas”; e, no livro, ele afirma que as críticas da Direita cristã erram o alvo ao confundir a “religião humanista” como humanitarismo, humanidades ou amor pelos humanos. Ele descreve o conflito com o humanismo secular como uma batalha em que "estas duas religiões, Cristianismo e Humanismo, se colocam frente a frente como totalidades". Ele escreve que o declínio do compromisso com a verdade objetiva que ele percebe nas várias instituições da sociedade é "não por causa de uma conspiração, mas porque a igreja tem esquecido sua responsabilidade de ser sal da cultura". Schaeffer explica: "Um cristão verdadeiro na Alemanha de Hitler e nos países ocupados deveria ter desafiado o estado falso e fraudulento e escondido seus vizinhos judeus das tropas da SS germânica. O governo abdicou de sua autoridade ao cometer iniquidades e deixou de ter o direito de fazer qualquer exigência."
            Irei fazer uma digitação sequencial do sermão disponibilizado no Youtube há 2 anos e que já conta com 10.000 visualizações, para que possamos refletir sobre seus argumentos.
            Os cristãos, nos últimos 80 anos aproximadamente, têm entendido diversas coisas indevidamente, como peças e pedaços separados e que essas coisas gradualmente, começaram a perturbar os cristãos e a outros de boa vontade. Coisas como um excesso de permissão, pornografia, o problema das escolas públicas, a desagregação das famílias, o aborto, o infanticídio (a morte de recém-nascidos), o aumento da ênfase sobre a eutanásia dos idosos e muitas outras coisas.
            Eles têm visto essas coisas como eventos isolados, em vez de compreender que eles são o resultado natural da mudança de uma cosmovisão cristã para uma humanista. Todas essas coisas e muitas outras são apenas os resultados. Podemos estar preocupados com as coisas individuais, mas na realidade estamos perdendo a realidade mais ampla se não vermos cada uma dessas coisas, e muitas outras como sintomas de um problema mais profundo. E essa é uma mudança em nossa sociedade, uma mudança em nosso país, uma mudança no mundo ocidental: o abandono de um consenso judaico-cristão para assumir um humanista.
            Isto é, em vez da realidade última ser o infinito Deus Criador, em vez disso, o que temos visto é que a base de toda a realidade agora, em grande parte, tudo é visto unicamente como matéria ou energia, que sempre existiu de alguma forma, moldados em sua forma complexa atual apenas por puro acaso.
            Eu quero dizer para vocês, aqueles de vocês que são cristãos, ou mesmo para vocês que não são cristãos, mas estão preocupados com o rumo que nossa sociedade está tomando, que não devemos nos concentrar apenas nas peças e pedaços. Mas devemos entender que todos esses dilemas vêm baseados no abandono de um consenso judaico-cristão – em que a realidade última é um Deus Criador e Infinito – para assumir essa outra realidade em que, permita-me falar o que ela é novamente, e isto é: que a realidade última é apenas a energia ou matéria, em alguma mistura ou forma, que sempre existiu e que tomou sua forma atual por puro acaso.
            A palavra humanismo deve ser cuidadosamente definida. Nós não deveríamos apenas usá-la como uma bandeira, ou o que as pessoas mais jovens chamariam de jargão.
            Devemos entender o que estamos falando quando usamos a palavra humanismo. Humanismo significa que o homem é a medida de todas as coisas.
            Se esta outra realidade última da matéria ou energia, moldadas por puro acaso, é a realidade última, ela não dá sentido algum à vida; ela não dá nenhum sistema de valores; ela não dá nenhuma base para a lei, e, portanto, o homem deve ser a medida de todas as coisas. Assim, o humanismo adequadamente definido – em contraste, digamos, às humanidades e ao humanitarismo, que é algo totalmente diferente e que os cristãos deveriam ser a favor de ambas dessas outras coisas – o Humanismo, sendo a medida de todas as coisas, vem naturalmente, matematicamente, inevitavelmente, certamente, se, de fato, a realidade última é silenciosa sobre estes valores, então o homem deve gera-los a partir de si mesmo.
            Assim, o Humanismo é o resultado absolutamente certo se escolhermos essa outra realidade última e dissermos que é isso o que ela é.
            Você deve perceber que quando falamos do homem sendo a medida de todas as coisas sob o rótulo Humanista, a primeira coisa é que o homem só tem acesso ao conhecimento a partir de si mesmo. Que ele, sendo finito, limitado, muito falho em suas observações de muitas coisas, mas que, no entanto, não tem fonte possível de conhecimento exceto o que o homem, a partir de si mesmo, pode descobrir a partir de suas próprias observações. Especificamente, nesta visão não há lugar para qualquer conhecimento acerca de Deus.
            Interessante a visão de Schaeffer sobre o papel negativo do humanismo sobre o conjunto da sociedade, que sorrateiramente vai eliminando a importância do conceito e participação de Deus em nosso dia-a-dia, valores e cultura.
            Observamos isso aqui no Brasil, a deterioração cada vez mais forte na cultura brasileira, principalmente nos últimos governos de ideologia socialista/comunista. Vimos o aparelhamento das instituições e a deterioração ética e financeira patrocinada pela corrupção que se estendia até os mais absurdos atos de afronta aos valores familiares de natureza cristã.
 
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 29/09/2019


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr