Textos

            Um vídeo produzido por Pedro Stédile, líder da facção do MST que tem protagonizado várias ações de natureza agressiva e até criminosa no Brasil, traz muita preocupação com relação ao pensamento do atual Papa, Francisco. Vejamos:
            Eu só estou aqui na Itália a convite do Vaticano, que me pagaram a passagem. E eu vim participar de um seminário a pedido do Papa Francisco, que a Pontifícia Academia do Vaticano organizou, um seminário científico para debater o problema dos excluídos no mundo. E pela primeira vez a Pontifícia Acadêmica, em vez de convidar só cientistas, acadêmicos renomados, convidou os movimentos sociais. Então eu vim e me sinto muito orgulhoso por isso, representando o MST e a Via Campesina, e havia também um movimento social que é também amigo do Papa, os Camponeiros da Argentina, dos trabalhadores que trabalham com os produtos recicláveis. E então, pela primeira vez, nós podemos num ambiente da ciência vaticana, dizer aos cardeais e à inteligência vaticana, qual é o ponto de vista dos movimentos sociais sobre o problema dos excluídos. E nós dissemos a eles quais são as causas por que existem excluídos no mundo. E as causas estão no sistema capitalista, no controle que os bancos e as corporações internacionais estão fazendo na economia do mundo.
E eu saio do vaticano muito feliz, porque acredito que o Papa Francisco representa de fato um compromisso sério de mudanças. Mudanças no Vaticano, que já começaram, para limpar a casa, o primeiro exemplo que Francisco tem que dar, limpar a própria casa para poder ter moral de falar dos outros; segundo, tem que ter mudanças na Igreja, na sua política, e acredito que a exortação apostólica que o primeiro escrito do Papa é muito importante, porque ele faz uma reflexão sobre a conjuntura política, sobre os prejuízos que o capitalismo está impondo à humanidade, e demonstra um compromisso claro com o trabalhador; e terceiro lugar, eu acredito que a Igreja pode ser um sinal de esperança das necessidades de mudanças que deve ter nos nossos países, no sistema político e no sistema econômico. Concordamos também em organizar uma conferência para que os movimentos sociais do mundo dialoguem com a Igreja e que a partir da provocação que o Papa fez na Exortação Apostólica sobre o mundo do trabalho, recém publicada.
Então, o que nós dissemos? Que agora não é mais uma Reforma Agrária clássica, burguesa, de simplesmente dividir a propriedade da terra e transformar o camponês num pequeno produtor capitalista. Agora, nós dissemos, é preciso lutar por uma Reforma Agrária de novo tipo, uma reforma Agrária Popular; interessa a todo o povo e não somente aos camponeses. Agora, qual é o ponto? É que para lutarmos por Reforma Agrária popular, não basta apenas os camponeses. É preciso uma grande aliança popular que junte os trabalhadores da cidade com os trabalhadores do campo. Por outro lado precisa de um governo popular que seja fruto das grandes mobilizações de massa e da vontade popular. Não pensem que sou pessimista, eu sou otimista, e ainda verei uma Reforma Agrária popular em todo o mundo. Podem escrever e o Francesco vai nos ajudar.
Muito obrigado!
            Observo que o ataque frontal feito pelo senhor Pedro Stédile é sobre o sistema capitalista, dos prejuízos que ele causa à humanidade. Por isso defende uma Reforma Agrária Popular em todo o mundo, mesmo pela força das armas, impulsionada por governos populares oriundos de grandes mobilizações de massa e da vontade popular. Lembra a revolução russa, chinesa, e cubana... todos de inspiração socialista, comunista... todos que levaram ao assassinato de milhares de pessoas, por fome, bala... que depois de assumirem o poder impedem o exercício da liberdade, da democracia...
            Sei que o sistema capitalista tem os seus defeitos, que pode sair dos limites e se tornar selvagem, explorando o homem e sua dignidade. Que merece ser controlado como um animal potente, selvagem, tem que ser domado; animal que tem que ser domesticado para ser útil, mas nunca eliminado. Tem que aprender a compaixão, a generosidade, e manter a harmonia entre os mais fracos e os mais fortes, sem querer ser um dos fortes para explorar os fracos.
            É bom lembrar que o nosso Mestre, Jesus, apoiava o capitalismo quando nos ensinou a parábola dos Talentos, e a parábola do Bom Samaritano. Mostrou que devemos usar nossos talentos para prosperar nossos recursos materiais, que podemos usar esses recursos materiais para ajudar o próximo que se encontra em dificuldade.
            O Mestre ensina que devemos ajudar ao próximo com a caridade, distribuindo voluntariamente os bens que conseguimos com nossos esforços, mas jamais ele ensinou que essa divisão deveria ser forçada pelas armas, como defende os regimes comunistas ditatoriais. Isso quebra a harmonia que devemos lutar para alcançar na sociedade e chegarmos cada vez mais perto do Reino de Deus
 
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 08/02/2018


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr