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A FALÁCIA DO GOLPE
Lendo o colunista da Revista Época de 05-09-16, jornalista e professor da ECA-USP, Eugênio Bucci, fiquei a refletir no que ele expressou do seu pensamento. Ele acredita que muita gente acha que o impeachment da ex-presidente Dilma foi um golpe, e eu acredito que ele está incluso. Mas, eu como milhões de pessoas que fomos às ruas exigir que o impeachment fosse feito, revoltados com a mentira que sofremos da ex-presidente quando era candidata, um verdadeiro estelionato eleitoral, e que dizia tudo ir às mil maravilhas no Brasil, sabendo que o desastre que o seu partido, PT, orquestrou durante o tempo que instrumentalizou a administração pública e doutrinou às escolas, inclusive à Universidade, entendemos que o impeachment foi o último recurso constitucional a nos livrar de tamanho prejuízo que sofremos.
Sabemos que as pedaladas fiscais foi o detalhe técnico pelo qual o processo foi construído, mas a maioria da nação sabia, e as pesquisas de opinião pública demonstravam com o baixo nível de aceitação da presidente, que os motivos foram bem mais graves. Essa maioria, expressa em todo o país, sabia da destruição financeira da Petrobrás, inclusive dos fundos de pensão dos seus funcionários, tendo a ex-presidente como um dos responsáveis pelas compras superfaturadas em benefício de corruptos e corruptores, e que terminavam em caixa do seu partido político. Da mesma forma, essa maioria passou a perceber com mais clareza, depois das investigações da polícia e decisões da justiça, o quanto as instituições públicas foram sabotadas e saqueadas nesse governo. O dinheiro era desviado para alimentar os movimentos sociais e mídias diversas, inclusive com patrocínio de entes da cultura, com tanto dinheiro fácil que chegava até aos países que nutriam o mesmo pensamento anticapitalista e pró-socialismo, sem nunca pensar que estavam matando a “galinha dos ovos de ouro”.
Sim, essa maioria, sabemos, que esses movimentos sociais que se beneficiavam e eram até acobertados em ações criminosas, como algumas invasões que foram noticiadas, irão protestar nas ruas por um direito que eles acreditam ser ético colocar acima da sociedade. Irão ameaçar como estão fazendo e ensaiando depredações de bens públicos e privados, como é a sua tática de enfrentamento. Nós, somos pacíficos, jamais iremos nos defrontar nas ruas com armas nas mãos. Todos lembram que enchemos às ruas com bandeiras do Brasil e cartazes exigindo a ética, justiça e moralidade na coisa pública, mas sempre com harmonia e respeitando o direito da coletividade, dos bens privados e a não-violência.
Pois bem, quando somos provocados para responder se sabemos porque a ex-presidente foi cassada, a resposta está na ponta da língua, pois fomos nós os autores originais do pedido constitucional. E sabemos que o vice-presidente foi votado juntamente com a presidente para cumprir funções específicas, inclusive essa, de assumir o seu lugar no caso de vacância por qualquer motivo. E não vamos construir uma nova falácia de que essa pessoa, o vice-presidente, não tinha votos, pois seria uma prova de burrice colocar uma pessoa de outro partido na chapa sem que ele contribuísse para essa eleição.
Portanto, queria deixar aqui essa informação ao nobre colunista e colega de universidade, que esse raciocínio errado do impeachment ter sido um golpe, que tem sido repetido exaustivamente pelos grupos beneficiados, para dar a ele uma aparência de verdade, não vai mudar a nossa forma de ver a constitucionalidade do ato, mesmo porque nos sentimos como coautores dessa ação.
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 07/09/2016


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr