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JULGAMENTO DE NUREMBERG – 21 DE NOVEMBRO DE 1945
Atenção! Tribunal.
Robert Jackson, que atuou como promotor-chefe dos Estados Unidos no Julgamento de Nuremberg, na época era juiz associado da Suprema Corte dos Estados Unidos. A declaração inicial dele em Nuremberg é simplesmente uma obra-prima.
- O privilégio de iniciar o primeiro julgamento da História por crimes contra a paz mundial impõe uma grande responsabilidade. As injustiças que buscamos condenar e punir foram tão calculadas, tão malignas e devastadoras que a civilização não pode tolerar que sejam ignoradas. Porque ela não vai sobreviver se forem repetidas.
O que Jackson fez na declaração inicial foi explicar claramente a consideração moral do julgamento, e a mensagem simbólica que os aliados tentam passar com ele. Não se trata apenas de justiça política. Trata-se de todo o poder da lei sendo mobilizado para tentar punir e aplicar um pouco de justiça a um dos maiores horrores que a humanidade já viu.
Acho que hoje ouvimos um dos maiores discursos da história num tribunal. As palavras ressoavam à altura das esperanças, aspirações e dos grandes desafios deste momento. Como ser humano, eu teria preferido escapar deste longo capítulo da minha vida na Alemanha, mas, como jornalista e futuro escritor, não me arrependo.
William Shirer era uma testemunha de fora relatando de dentro. E isso é uma vantagem enorme que a maioria dos historiadores não tem, pois eles sempre escrevem sobre um passado que eles não viveram. (Omer Bartov, Autor, Anatomy of a Genocide).
Shirer estava presente na convergência de muitas coisas de 1934 até 1940. Ele estava presente nos primórdios do regime nazista. Muitas reportagens dele foram pioneiras na transmissão de notícias internacionais via rádio.
- Vi o que acontece com as nações e os povos conquistados por Hitler. Vi como ele os destrói com tanta brutalidade e impiedade, que é preciso ver para entender. Um comentário pessoal, se me permitem. Quero assegurar a todos que não sou um civil qualquer que veio inflamar as pessoas com histórias falsas sobre o inimigo. A verdade sobre Hitler dispensa exageros.
Quando meu avô cobria a Alemanha nazista, ele escrevia nos diários tudo o que ele via, as coisas que não podia falar nas transmissões. Ele fazia relatos sem censura do dia a dia. Depois da guerra ele continuou escrevendo. Ele tinha uma boa noção dos rumos da história e das implicações do que estava acontecendo. Ele achava a democracia importante, e que ela estava sempre em risco. O que aconteceu na Alemanha nazista não acontece de repente. As mudanças são muito lentas e graduais. Meu avô sempre nos disse para prestar atenção (Deirdre Van Dyk, neta de William L. Shirer).
A justiça, como atributo de Deus, jamais deixará de ser exercida, em qualquer plano da existência, material ou espiritual. Os arrogantes, prepotentes, abusadores, torturadores da humanidade, que observamos suas manobras maquiavélicas quando em uso do poder, como o ditador da Venezuela, que luta hoje contra a Verdade que chega a ser explícita para todo o mundo, é um exemplo vivo da miséria do ser humano quando infectado por esse vírus que faz a pessoa sentir abstinência mental só em imaginar perder o poder que no momento alcançou. Essa pessoa não seria mais feliz passando o poder para outra pessoa, no momento adequado segundo as leis e a vontade do povo? Ela não poderia se recolher à intimidade da família e desfrutar com os seus mais íntimos os recursos que a força do seu trabalho lhe trouxera? No entanto permanece entrincheirado no poder que a Verdade diz não mais lhe pertencer. E numa situação dessa, quanto sofrimento e sangue derramado pelos dois lados em conflito, a Verdade contra a Mentira.
Isso se passa na Venezuela do século 21 cujo dirigente não conseguiu absorver a lição do que aconteceu na Alemanha do século 20. Lá, seu dirigente também alcançou o poder e procurou se perpetuar nele por um tempo determinado de mil anos, e partiu sobre os países vizinhos com sua sede de obter poder cada vez maior, jogando o mundo na sangrenta e destruidora Segunda Guerra Mundial. Este julgamento ocorrido em Nuremberg mostra o término vergonhoso daquelas pessoas que seguiam de forma cruel a ideias do líder megalomaníaco, psicopático, que não suportando a Verdade ser estendida sobre ele, cometeu o suicídio.
Hoje no Brasil, temos algo parecido se desenvolvendo. Uma pessoa sedenta de poder e com habilidade de manipular as mentiras em detrimento do povo, alcançou o poder e contaminou todas as instituições nacionais que tinham a missão de defender a missão de proteger a nação. Hoje o povo não tem a quem recorrer, tendo a única esperança que imaginavam ser dissipada, vendo as Forças Armadas cooptadas pelas falsas narrativas das Trevas. Agora não temos a quem recorrer no plano material, só nos resta apelar para o plano supremo da vontade de Deus, instalada no plano espiritual. Ao invés de pagarmos penitência nos portões do quarteis, devemos pagar as necessárias penitencias nas portas das igrejas. Que o julgamento de Deus seja aplicado, antes de vir o fatídico julgamento material em qualquer cidade que seja escolhida, ou então na forma difusa promovida pela reencarnação, onde vemos tantos criminosos do passado pelas ruas de hoje, tantas pessoas miseráveis remexendo lixo ou dormindo debaixo das pontes.
A Netflix apresenta uma série “Hitler e o Nazismo” que nos oferece uma visão realista da influencia do mal sobre pessoas que se tornam carrascos perversos dos próprios irmãos. Vejamos a quarta parte do episódio 1, “Origem do mal”.
Os húngaros, os tchecos, os romenos, todas essas nacionalidades queriam um Estado próprio, não necessariamente independente, mas soberano. Também havia o Império Alemão que era a economia mais importante da Europa. Era uma potência industrial grande e próspera.
E estava surgindo o chamado pangermanismo – uma ideologia unificadora dos povos germânicos – entre austríacos de ascendência alemã que menosprezavam as etnias do império e queriam se separa dele para se unir ao Império Alemão.
Existia uma crença que se espalhava pela direita de Viena de que o povo alemão era superior aos outros povos, como tchecos ou então os judeus.
O antissemitismo, ou ódio aos judeus, existia há muito tempo na Europa. Mas um novo tipo de antissemitismo surgiu no fim do século dezenove, e agitadores políticos extremistas começaram a escrever tratados que expunham uma visão racista dos judeus como um povo subversivo, que conspirava para enfraquecer a civilização, e destruir os pequenos empresários trabalhadores.
Havia vários políticos de destaque em Viena que eram antissemitas não apenas por um viés político, como também de raça (Tiffany N. Florvil, Professora, University of New México).
Karl Lueger era prefeito de Viena. Ele e seu movimento se denominavam Social Cristãos. E o antissemitismo era um elemento essencial disso. Hitler observou tudo isso na juventude e, até certo ponto, se inspirou nisso.
Desde muito cedo, Hitler desprezava a Áustria e o Império Habsburgo multinacional. Ele se enxergava acima de tudo como alemão, não como austríaco. Ele achava que a Alemanha era a grande nação.
Ele vivia num mundo de fantasia. Hitler gastava mais dinheiro do que podia indo à ópera. Ele era especialmente fascinado pelas peças musicais de Richard Wagner. Para ele, Wagner apresentava a Alemanha a que ele aspirava, uma Alemanha de deuses, de heroísmo, de grandes líderes. Ele se identificou com a música, com as mensagens.
Uma das primeiras óperas de Wagner que Hitler viu foi Lohengrin, uma ópera romântica composta no século dezenove, em que o grande herói Lohengrin de certa forma se sacrifica pela nação. A música poderosa de Wagner alimentou a ideia de Hitler de que um dia ele também se tornaria um grande líder heroico.
Hitler viria a se tornar ditador da Alemanha, e depois conquistador de grande parte da Europa, mas deve-se enfatizar que ele foi um dos tiranos mais cruéis, sanguinários e bárbaros que já existiram. Ele jogou o mundo numa das guerras mais sangrentas e destrutivas da história.
Uma alma traumatizada desde a infância, como a alma de Hitler, pode estar propensa a reproduzir o mal que recebera, mas não que destinado infalivelmente para isso. Certo é que, se tivesse sido aceito para a Academia de Belas Artes, ficasse longe dos jogos de poder, talvez o máximo que pudesse fazer fosse ficar viajando com seus autores famosos como Wagner, e talvez pudesse até dar umas pinceladas de sua arte com conteúdo mitológico e ufanista do grande compositor. Mas ele passou a se envolver com a guerra e os discursos políticos, onde o conteúdo ideológico das palavras contaminadas severamente pelas mentiras e tentativas de iludir ao próximo, ao eleitor fosse a tônica dos seus pronunciamentos. E uma comunidade desatenta para as narrativas mentirosas e sofrendo as injúrias da derrota de uma guerra, se tornou uma vítima fácil e que pagou com muito sofrimento a permissão para que o mal prosperasse com o adubo da mentira.
A Netflix apresenta uma série “Hitler e o Nazismo” que nos oferece uma visão realista da influencia do mal sobre pessoas que se tornam carrascos perversos dos próprios irmãos. Vejamos a terceira parte do episódio 1, “Origem do mal”.
AUSTRIA, 1889
- Todo ser humano tem dentro de si o potencial para o bem ou para o mal. Vendo o histórico de Hitler na juventude, não havia nada indicando que ele se tornaria aquela figura terrível, repleta de ódio e rancor, cujo objetivo de vida seria exterminar uma raça inteira (Alexandra Richie, Autora, Warsaw 1944).
- Hitler nasceu na Áustria. Ele era de uma família de classe média. A mãe de Hitler provavelmente foi a única pessoa que ele amou de fato. Ela parece ter sido uma pessoa muito gentil que tinha que lidar com um marido difícil (Benjamin Carter Hett, Autor The Death of Democracy).
- Hitler teve uma criação rígida. O pai batia nele, mas isso era muito comum naquela época (Richard J. Evans, Author, Teh Coming of the Third Reich).
- O pai dele era um agente da alfândega que tinha mudado o nome de Schicklgruber para Hitler. Você consegue imaginar as pessoas gritando “Heil Schicklgruber” em vez de “Heil Hitler”? (Christian Goeschel, Autor, Mussolini and Hitler).
Hitler era meio diferente. Ele gostava muito de ler. E tinha uma imaginação muito fértil. Não era bom aluno. Ele não era esforçado. Ele tinha um baita sonho de se tornar um grande artista. Ele se mudou para Viena em 1907 na esperança de estudar na Academia de Belas-Artes de Viena. Mas a academia rejeitou a matrícula dele, o que o deixou chocado. Ele queria ser um artista mundialmente famoso, mas não era muito bom. Vendo as pinturas dele, a maioria são paisagens. E ele foi recusado por não saber pintar pessoas. De certa forma, é muito simbólico. Ele não sabia pintar pessoas. Ele foi obrigado a se sustentar vendendo pinturas que copiava de cartões-postais.
Ele morou alguns anos num abrigo para homens no norte de Viena. Ele levava uma vida bem pobre. Na época, a região da Áustria que falava alemão fazia parte de uma entidade política muito maior, o chamado Império Habsburgo, ou Austro-Húngaro. Era um império muito diverso cultural e etnicamente, e, no início do século vinte, quase todas as grandes nações estavam tentando se separar dele e obter autonomia.
Criado em um lar conflituoso e tendo seus sonhos de artistas frustrados, Hitler com sua boa imaginação estava pronto para criar modelos mentais que se desenvolveriam na realidade. Infelizmente, sua incapacidade de empatia identificada na incapacidade de pintar figuras humanas, tinha tudo para jogar o mundo em uma fogueira de guerras e genocídio. Infelizmente ninguém identificou esse potencial maligno e não fez as devidas correções, logo que ele comecou a mostrar para que veio.
João Calvino, teólogo francês (1509-1564), escreveu o seguinte: “O coração humano possui tantos interstícios nos quais a vaidade se esconde, tantos orifícios nos quais a falsidade se espreita, e está tão ornado de hipocrisia enganosa que ele com frequência trapaceia a si mesmo”.
Esta é uma confrontação lógica que podemos fazer a nós mesmos: tudo que fazemos e pensamos que está correto, não será um autoengano? Esta é uma dúvida que trago comigo e que, por fidelidade ao que acredito ser a vontade de Deus, destrói todos os meus relacionamentos românticos.
Acredito que, para fazer a vontade de Deus, o Criador de tudo que existe, inclusive a mim e, portanto, sendo meu Pai e Pai de tudo e de todos, Ele deseja que nos amemos como irmãos, como se estivéssemos amando a nós mesmos, com o amor incondicional que é a Sua essência, soprada em nós no ato da criação. Assim, eu devo amar sem preconceitos, sem barreiras de quaisquer espécies.
Dessa forma, um compromisso cultural aqui no Ocidente, como o casamento, que implica na fidelidade conjugal, que os cônjuges não podem amar a nenhuma outra pessoa fora desse relacionamento, não pode ser aceito por minhas convicções formadas a partir da compreensão da vontade divina que formulo em meus pensamentos. Porém, verifico que há duas motivações básicas para que eu me comporte dessa forma livre de amar, sem respeitar barreiras que impeçam o alcance da meta da relação afetiva íntima que traz o prazer orgástico da relação sexual. Será que o meu cérebro, influenciado pelos instintos, o Behemoth bíblico, não foi ele que determinou tal conceituação da vontade de divina, para que eu atue pensando que o alcance do prazer orgástico seja uma vontade de Deus elaborada a partir dos escritos bíblicos?
Esta é a grande crítica que recebo por todos que estão no meu entorno, principalmente as minhas companheiras que resolvem assumir a intimidade do relacionamento comigo, mesmo não aceitando a minha forma de pensar. Podem aceitar a convivência e a tolerância dos meus atos que são explícitos desde o início, mas sempre esperam uma fidelidade que sempre digo que nunca será alcançada por minha firme determinação de seguir a vontade do Pai.
É aqui que está a grande dúvida: sigo a vontade do Pai ou a vontade do Behemoth, dos meus próprios instintos que se apoderaram do meu raciocínio, já que o cérebro é quem comporta os neurônios, o elemento material que constrói a arena mental onde se desenvolve o raciocínio? Sei que o que emerge à minha consciência é apenas uma pequena porcentagem, a parte visível do iceberg mental, o restante ficando com o subconsciente e a maior parte com o inconsciente.
Conhecendo essa estrutura fisiológica que dá origem ao psicológico, reconheço que na minha consciência eu detenho uma pequenina parte da minha capacidade mental. O que está no subconsciente e principalmente no inconsciente, pode estar afetando a minha capacidade de racionalização e direcionar o meu comportamento.
Assim, o pensamento de Calvino pode ser um forte acusador dos interesses do Behemoth que se aloja na intimidade do coração. Esse meu comportamento não seria dessa forma um autoengano? Sim, considero essa possibilidade, mas mesmo assim não encontro os argumentos lógicos que me façam mudar de opinião. Os fortes argumentos da família nuclear que é a base do relacionamento conjugal e construtora da sociedade, são derrubados pelos argumentos que vejo na construção da família universal, que está mais conforme a vontade do Pai.
Mesmo assim, permanece essa “espada de Dâmocles” do autoengano sobre a minha cabeça: será que estou mesmo fazendo a vontade do Pai? Mas não posso abandonar essa suposição enquanto não encontrar argumentos lógicos, racionais, que apontem o contrário, pois acredito que esta é a Verdade, o Caminho ensinado pelo Cristo.
A Netflix apresenta uma série “Hitler e o Nazismo” que nos oferece uma visão realista da influencia do mal sobre pessoas que se tornam carrascos perversos dos próprios irmãos. Vejamos a segunda parte do episódio 1, “Origem do mal”.
- Sieg Heil! Sieg Heil! Sieg Heil!
- Vi (William L. Shirer) pela primeira vez Adolf Hitler e seus capangas, Göring, Goebbels, Himmler e Hess, e mergulhei na cobertura da ascensão do Terceiro Reich pelos próximos seis anos. Agora, os líderes nazistas que não tinham cometido suicídio aguardavam julgamento por crimes contra a humanidade. A justiça, finalmente, tinha alcançado eles.
- A total devastação trazida pela Segunda Guerra Mundial só pode ser compreendida depois. Como poderia haver justiça após algo assim? É por isso que os julgamentos de Nuremberg eram considerados vitais (Francine Hirsch, professora da Universidade de Wisconsin-Madison).
O JULGAMENTO DE NUREMBERG DUROU 10 MESES, DE NOVEMBRO DE 1945 ATÉ OUTUBRO DE 1946. HÉ APENAS 35 HORAS DE GRAVAÇÃO CAPTURADA E GRANDE PARTE SÓ FOI DIVULGADA RECENTEMENTE.
Pela primeira vez na história, um tribunal que consistia em juízes americanos, britânicos, franceses e russos foi formado para julgar crimes que eram inéditos na memória humana. Entre os espectadores estavam quatrocentos jornalistas do mundo todo. O clima na sala era extremamente tenso. Ninguém sabia exatamente o que esperar. E quando os réus entraram... a sala ficou em silêncio, com todos olhando para eles (Davin Pendas, professor, Boston College).
- Esse é o final dessa longa noite, desse pesadelo horrendo. É a queda dos poderosos. A súbita queda do poder parece ter arrancado a arrogância que havia neles durante todos os anos que os conheci. Num instante, eles se tornaram homenzinhos pequenos e ressentidos. A longa noite nazista me deu muito o que pensar e escrever. Ao longo de todos esses anos, eu busquei, como muitos outros, um sentido. Um dos aspectos mais marcantes do Julgamento de Nuremberg era a ausência no banco dos réus. Hitler não estava lá fisicamente, mas a presença dele era inevitável.
Finalmente os criminosos da Segunda Guerra Mundial sentam nos bancos dos réus. Aqueles crimes que envolveram até mesmo pessoas de boas intenções, mas de caráter fraco, agora iriam ser colocados com clareza, longe das mentiras e falsas narrativas que eles tanto usaram para iludir e conduzir a nação germânica. Vejo muita similaridade com o que acontece no Brasil. Uma quadrilha de mentirosos, embusteiros, corruptos, assumiram o poder e colocaram em todas as instituições democráticas, de preservação dos interesses do povo, comparsas que estariam prontos, consciente ou inconscientemente, para conduzir o processo de transformação, de escravidão da sociedade brasileira, como mão de obra financeira para alavancar uma agenda diabólica, na base da luta fraterna entre os irmãos, jogando uns contra os outros como é próprio das revoluções.