Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
01/06/2025 00h01
ORAÇÃO JUNHO 2025

            Pai, sou ainda uma criança recém-nascida, tentando balbuciar as primeiras palavras para me comunicar conTigo. E ainda tenho a pretensão de sentir que o Senhor olha para mim com a intensão de me dar qualquer missão. Por outro lado, vejo tantos irmãos com tantas dificuldades, muitas delas bastante superioras as minhas. Neste momento percebo que tenho o Vosso amor e sim, que está me protegendo, dando informações por diversos veículos, que eu capacite os meus talentos, tudo isso para que eu me sinta capacitado em fazer aquilo que entendo seja as Vossas mensagens em minha consciência. Foi assim, Pai, que percebi Vossa mensagem codificada par mim em diversos canais. Primeiro, a minha antiga amante com as quais eu dormia com ela um dia da semana, apesar de morar com minha esposa oficial. Ela queria alguns livros para estudar e a levei até meu apartamento onde ficamos sozinhos. Ela escolhia os livros e eu fazia exercícios físicos enquanto aguardávamos a hora do jantar na casa dos meus irmãos. Não mostrei nenhuma tentativa libidinosa para lembrar os velhos tempos. Segundo, li o capitulo 17 de um livro espirita, que já fiz o texto com o título “A Mercadora de Aromas”, onde o Mestre foi abordado por uma sedutora mulher, lhe convidando para momentos de prazer em sua casa e o Mestre recusou, alegando talvez em outro momento. Após 2 anos, o Mestre foi chamado para ajudar uma mulher que estava sofrendo com pragas pelo seu corpo. O Mestre foi reconhecido pela mulher que um dia recusara seus prazeres e que agora lhe acolhia em seus braços, em nome do amor que ela um dia relatara para Ele. Fiz o meu relato nesse texto sintonizado com a atitude do Mestre, que eu poderia ter feito até diferente, mas com o mesmo sentido que o Cristo agiu. Terceiro, revi o filme sobre a vida de Santo Agostinho e também sintonizei com a sua conversão, deixando a vida de pecados, bebidas, luxúria e se tornado um doutor da Igreja Católica. E, por fim, o quarto e último canal de comunicação, o mais dramático, aconteceu quando eu voltava para casa, e na estrada, cruzando por diversos carros que seguiam enfileirados, de repente um deles tenta fazer a ultrapassagem se colocando diretamente a minha frente, com poucos metros, em alta velocidade. Consegui livrar a batida fatal nos poucos segundos que desviei meu carro para o acostamento que felizmente estava sem obstáculos. Reconheci aí, Pai, a Vossa mão divina sinalizando a minha saída deste mundo material e entrar com mais firmeza e dedicação no progressismo espiritual, deixando de lado o principal comportamento que me atrai para o progressismo animal: a luxúria. Assim, Pai, entendi o recado, de deixar a possibilidade de sexo com mulheres do meu relacionamento, qualquer que seja o contexto social em que nos encontremos. Este será um compromisso meu com o Senhor, estou correto, Pai?



            Sim, filho, não é que eu tenha te dado essa ordem da forma que tu relata. É verdade que eu coloco as circunstâncias à tua volta para que percebas e que tires as devidas conclusões, que pode estar ou não sintonizado com a minha vontade. Neste caso o que dizes a mim, satisfaz às perspectivas que eu tenho referente e ti, e espero que consigas fazer tudo que agora a tua consciência aponta. Tens a minha bênção.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 01/06/2025 às 00h01
 
31/05/2025 07h32
ELUCIDÁRIO – 06 CAPÍTULO III – 1 ESTRUTURA TERRENA

Capítulo III



Tudo quanto vem acontecendo de surpreendente nesta pequena esfera terrestre, está em perfeita harmonia com os planos traçados no Alto há perto de dois mil anos, visando à modificação da estrutura terrena, conforme vem sendo divulgado através dos livros do Irmão Thomé́.



A estrutura terrena necessita de certas modificações que a tornem mais apta ao abastecimento de alimentos às suas populações, sendo por isso necessário transformar em superfície adequadas numerosas elevações até agora completamente inúteis.



 Com as modificações já iniciadas, serão alargadas de muitos milhares de quilômetros as áreas cultiváveis atualmente em todas as regiões da esfera terrestre, embora as operações programadas para tal fim possam importar na transformação, também, de certas povoações, vilas e cidades florescentes.



Isto ocorrerá, certamente, com algum sofrimento ou desgosto para os habitantes dessas áreas, os quais, entretanto, ver-se-ão largamente compensados de seus prejuízos materiais ou sofrimentos morais.



Partindo do princípio imutável de que os seres humanos não são donos da Terra em que habitam transitoriamente, mas apenas hóspedes durante os anos de sua encarnação, é necessário que todos se capacitem desta verdade para se prenderem menos ao solo em que se encontram do que à grandeza do Espírito, que é tudo quanto de importante possuem.



Assim sendo, não deve ter maior importância o fato de os seres humanos assistirem na presente encarnação aos acontecimentos que devem registrar-se ainda neste fim de século, se tudo quanto vier a acontecer obedece a um só e único objetivo: melhorar as condições da vida humana na esfera terrestre.



Terremotos, inundações ou outra espécie de acontecimentos são consequências e não causas dos trabalhos em andamento no interior da esfera, nos quais se encontram empenhados muitos milhares ou mesmo milhões de seres espirituais de várias categorias.



 Em face disto, o que mais deve interessar aos seres humanos da era presente, é o exame que deve cada um fazer de suas condições espirituais, isto é, do estado moral em que se encontram perante a Divindade, relativamente ao seu comportamento para com o próximo, se desse comportamento não resultará um possível enegrecimento da sua aura, o que acontece com a prática de ações menos dignas ou menos justas em sua vida de relação.



Se isto fizerem, se ao fim do exame a que procederem, chegarem à conclusão de que vêem agindo corretamente, dentro daquele sábio princípio enunciado pelo Cristo, “não fazer aos outros senão o que desejam que os outros lhes façam”, se concluírem que é assim mesmo que procedem, então, é o caso de lhes dizer que ponham o coração ao largo e não se impressionem com os fatos que ocorrerem à sua volta, porque tudo quanto suceder na Terra o será para o bem de todos.



Este aspecto da mudança na estrutura terrena não me chama tanto a atenção, mesmo que eu tenha conhecimento de terremotos e tsunamis que acontecem em locais distantes do Brasil. Mas posso entender essa falta de compreensão sobre o que está acontecendo e a cognição não consegue captar com tanta facilidade, pois as verdades espirituais, tão bem explicadas por Jesus e com tantos benefícios para nós individualmente e para a coletividade também não são facilmente captadas por nossa cognição.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 31/05/2025 às 07h32
 
30/05/2025 00h01
A MERCADORA DE AROMAS

            No livro escrito pelo Espírito Humberto de Campos (pseudônimo Irmão X) pela psicografia do médium Chico Xavier, encontrei um texto (capítulo 17) que chamou minha atenção para reforço de minha narrativa pessoal. Vejamos...



            Em Jerusalém, nos arredores do Templo, adornada mulher encontrou um nazareno, de olhos fascinantes e lúcidos, de cabelos delicados e melancólico sorriso, e fitou-o estranhamente.



            Arrebatada na onda de simpatia a irradiar-se dele, corrigiu as dobras da túnica muito alva, colocou no olhar indizível expressão de doçura e, deixando perceber, nos meneios do corpo frágil, a visível paixão que a possuíra de súbito, abeirou-se do desconhecido e falou, ciciante:



            - Jovem, as flores de Séforis encheram-me a ânfora do coração com deliciosos perfumes. Tenho felicidade ao teu dispor, em minha loja de essências finas...



            Indicou extensa vila, cercada de rosas, à sombra de arvoredo acolhedor, e ajuntou:



            - Inúmeros peregrinos cansados me buscam à procura do repouso que reconforta. Em minha primavera juvenil, encontram o prazer que representa a coroa da vida. É que o lírio do vale não tem a carícia dos meus braços e a romã saborosa não possui o mel de meus lábios. Vem e vê! Dar-te-ei leito macio, tapetes dourados e vinho capitoso... Acariciar-te-ei a fronte abatida e curar-te-ei o cansaço da viagem longa! Descansarás teus pés em água de nardo e ouvirás, feliz, as harpas e os alaúdes de meu jardim. Tenho a meu serviço músicos e dançarinas, exercitados em palácios ilustres!...



            Ante a incompreensível mudez do viajor, tornou, súplice, depois de leve pausa:



            - Jovem, por que não respondes? Descobri em teus olhos diferente chama e assim procedo por amar-te. Tenho sede de afeição que me complete a vida. Atende! Atende!...



            Ele parecia não perceber a vibração febril com semelhantes palavras eram pronunciadas e, notando-lhe a expressão fisionômica indefinível, a vendedora de essências acrescentou um tanto agastada:



            - Não virás?



            Constrangido por aquele olhar esfogueado, o forasteiro apenas murmurou:



            - Agora, não. Depois, no entanto, quem sabe?!...



            A mulher, ajaezada de enfeites, sentindo-se desprezada, prorrompeu em sarcasmos e partiu.



            Transcorridos dois anos, quando Jesus levantava paralíticos, ao pé do Tanque de Betesda, venerável anciã pediu-lhe socorro para infeliz criatura, atenazada de sofrimento.



            O Mestre seguiu-a se hesitar.



            Num pardieiro denegrido, um corpo chagado exalava gemidos angustiosos.



            A disputada mercadora de aromas ali se encontrava carcomida de úlceras, de pele enegrecida e rosto disforme. Feridas sanguinolentas pontilhavam-lhe a carne, agora semelhante ao esterco da terra. Exceção dos olhos profundos e indagadores, nada mais lhe restava da feminilidade antiga. Era uma sombra leprosa, de que ninguém ousava aproximar-se.



            Fitou o Mestre e reconheceu-o.



            Era o mesmo mancebo nazareno, de porte sublime e atraente expressão.



            O Cristo estendeu-lhe os braços tocado de intraduzível ternura e convidou:



            - Vem a mim, tu que sofres! Na Casa de meu Pai, nunca se extingue a esperança.



            A interpelada quis recuar, conturbada de assombro, mas não conseguiu mover os próprios dedos, vencida de dor.



            O Mestre, porém, transbordando compaixão, prosternou-se fraternal, e conchegou-a de manso...



            A infeliz reuniu todas as forças que lhe sobravam e perguntou, em voz reticenciosa e dorida.



            - Tu?... O Messias nazareno?... O Profeta que cura, reanima e alivia?!... Que vieste fazer, junto de mulher tão miserável quanto eu?



            Ele, contudo, sorriu benevolente, retrucando apenas:



            - Agora, venho satisfazer-te os apelos.



            E recordando-lhe as palavras do primeiro encontro, acentuou, compassivo:



            - Descubro em teus olhos diferente chama e assim procedo por amar-te.  



            Excelente lição. Uma forma profunda de amar. Se eu estivesse no lugar do Mestre no primeiro encontro, é bem provável, se meus impulsos instintivos não sofressem bloqueio de nenhum tipo, eu teria aceito o convite da Mercadora de Aromas e teria gozado com ela dos prazeres corporais, mesmo que eu tivesse todo o cuidado de não violar a principal lei que o Cristo ensinou: “amar ao próximo como a si mesmo”; “fazer ao outro aquilo que deseja que os outros façam a ti”.



            Mas o Mestre se encontra num grau bem mais evoluído que o meu, Ele vislumbrou que o prazer que Ele iria ter naquele momento com a Mercadora, significava um pequeno intervalo de tempo que Ele teria dentro do pouco tempo que Ele teria para realizar a missão. Iria criar um laco que poderia atrapalhar o sucesso de sua missão. Portanto, no segundo momento, Ele teve oportunidade de mostrar a qualidade do amor que estava ensinando, que não está simplesmente acoplado aos prazeres corporais.



            Mas acredito que eu esteja procurando seguir esses passos...


Publicado por Sióstio de Lapa
em 30/05/2025 às 00h01
 
29/05/2025 00h01
PERVERSIDADE E DOENÇA

            Emmanuel, mentor espiritual de Chico Xavier, fala em texto psicografado pelo médium, da influência moral do meio.



INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM E DO MEIO



            Se tu decides efetivamente a imunizar o coração contra as influências do mal, é necessário te convenças que todo minuto é chamamento de Deus à nossa melhoria e renovação;



            Que o melhor processo de receber auxílio é auxiliar em favor de alguém;



            Que a paciência é o principal ingrediente na solução de qualquer problema;



            Que não existem pessoas perversas e sim criaturas doentes a nos requisitarem amparo e compaixão;



            Que ninguém sabe sem aprender e ninguém aprende sem estudar;



            E que em suma, nos basta pedir aos céus, através da oração, para que baixem à Terra, mas também cooperar, através do serviço ao próximo, para que a Terra se eleve igualmente para os Céus.



            Somos todos médiuns, de alguma forma, em intercambio constante, sendo mais fácil com a dimensão material onde estamos encarnados e não temos a memória da dimensão espiritual de onde viemos, mas a intuímos de alguma forma, sendo a prece a mais eficaz forma de conexão.



            A influência do mal é resultado da ignorância em nossa consciência. Nossos irmãos que aprenderam a progredir dentro do campo material, usando toda a inteligência dentro do progresso animal, sem ter conhecimento da existência do mundo espiritual e do progresso que é preciso acontecer dentro dele.



            Nós que já tivemos o conhecimento do Caminho da Verdade, ensinado pelo Mestre Jesus, para construir moralmente o Reino de Deus e vivermos dentro dele como cidadãos, passamos a ter a obrigação de levar esse conhecimento para os nossos irmãos que estão cegos do entendimento da Verdade e escravo dos pecados.



            Aquela pessoa perversa que tanto mal causa a tantos, onde encontramos tantos espalhados por nosso Brasil, em cargos de poder, estes são devidamente considerados como pessoas doentes, necessitados de nossa compaixão e misericórdia, necessitados por mais orações para que elas consigam enxergar a Verdade que está ao seu lado.



            Esta é mais uma lição das muitas que recebemos.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 29/05/2025 às 00h01
 
28/05/2025 00h01
O CRISTIANISMO É UMA FARSA?

            Vou transcrever neste espaço algumas críticas que são feitas sobre o Cristianismo para que possamos colocar nossas reflexões.



REFUTAÇÃO AO DANIEL GONTIJO: O CRISTIANISMO é uma FARSA?



Por Emerson de Oliveira em 23/05/2025



Em mais um vídeo palpiteiro Daniel Gontijo vem alegando bobagens. Vamos fazer uma refutação ponto a ponto.



Daniel Gontijo, em seu vídeo intitulado "O Cristianismo é uma Farsa?", apresenta diversas críticas ao cristianismo histórico, à revelação dos evangelhos e à doutrina cristã tradicional. Este artigo visa responder de maneira fundamentada a cada uma dessas questões, demonstrando uma solidez histórica e teológica da fé cristã.



[00:37–01:16] – "Nenhum dos Evangelhos foi escrito por apóstolos ou testemunhas oculares"



Alegação: Os evangelhos foram escritos muito tempo depois, por autores anônimos e que não conviveram com Jesus.



Refutação: Essa é uma hipótese da alta crítica , mas não é consenso. Embora os evangelhos tenham sido compostos algumas décadas após os eventos, há fortes evidências internas e externas de autoria tradicional:



Evangelho de Marcos: Papías (séc. I–II), citado por Eusébio, afirma que Marcos escreveu baseado nas memórias de Pedro.



Lucas: O prólogo de Lucas (Lc 1:1–4) segue o estilo historiográfico greco-romano, diminuição baseada em testemunhas oculares.



Mateus: Embora debatido, sua associação com um apóstolo está atestada desde o séc. II (Papías, Irineu).



João: Possui traços internos de testemunho ocular (Jo 21:24) e foi atribuído ao apóstolo João por Irineu , discípulo de Policarpo, que foi discípulo do próprio João.



Estudos como os de Richard Bauckham (Jesus and the Eyewitnesses) argumentam que a cultura judaica da época valorizava a memória oral precisa, especialmente em comunidades religiosas. Além disso, os Evangelhos contêm detalhes específicos de lugares, trajes e figuras políticas que só poderiam ser conhecidas por quem vivia na Palestina do século I.



Portanto, a distância temporal não invalida automaticamente a historicidade das narrativas.



Fontes:



Richard Bauckham, Jesus e as Testemunhas Oculares (2006)



Craig Blomberg, A confiabilidade histórica dos Evangelhos (2007)



[01:54–02:30] – "Evangelho de João tem apenas 10% de reposição histórica"



Alegação: João tem pouca substituição e seria pura teologia.



Refutação: A afirmação de "10%" é arbitrária e sem base em consenso científico. Apesar de João conter teologia desenvolvida, descobertas arqueológicas e paralelos históricos confirmam detalhes específicos, como:



Piscina de Betesda (Jo 5:2), confirmada arqueologicamente.



Condenação por parte de Caifás e Pôncio Pilatos, presente também em fontes externas (Flávio Josefo, Tácito).



Essa divisão entre “Jesus humano” nos sinóticos e “Jesus divino” em João é uma visão simplificada. Em Mateus, por exemplo, Jesus é chamado de “Emanuel” (Deus conosco) e é adorado como divino pelos discípulos (Mt 14:33). Em Lucas, Jesus perdoa pecados (Lc 5:20-24), algo que, no contexto judaico, era prerrogativa exclusiva de Deus.



João, embora teologicamente mais desenvolvido, pode ter preservado tradições antigas sobre a consciência de Jesus sobre si mesmo. A fórmula do “Filho de Deus” já estava presente nas confissões das primeiras comunidades cristãs e reflete uma crença emergente muito antes de João escrever seu Evangelho.



Portanto, a ideia de que João é apenas teologia sem fundamento histórico é contestada por muitos especialistas, inclusive judeus e agnósticos como Geza Vermes e EP Sanders.



Fontes:



DA Carson, O Evangelho Segundo João (1991)



Craig Keener, O Evangelho de João: Um Comentário (2003)



[03:07–03:41] – "Só no Concílio de Niceia (325) Jesus foi considerado Deus"



Alegação: A revelação de Jesus foi oficializada apenas no Concílio de Niceia.



Refutação: Essa é uma meia-verdade. O Concílio formalizou uma doutrina já amplamente crida e discutida desde o século I:



As cartas de Paulo (1Co 8:6; Fp 2:6-11) já identificam Jesus com Deus.



O Evangelho de João (Jo 1:1) declara: “O Verbo era Deus”.



Cartas patrísticas anteriores a Niceia, como Inácio de Antioquia (início do séc. II), chamam Jesus de "nosso Deus".



É verdade que havia pluralidade de visões sobre Jesus no primeiro século, mas isso não significa que todas fossem igualmente válidas ou representativas da fé original. As cartas de Paulo, escritas entre 50-60 dC, já mostram uma crença consolidada na ressurreição de Jesus e em sua natureza messiânica e salvífica.



O Concílio de Nicéia (325 dC) não “inventou” a divindade de Cristo, mas buscou resolver disputas teológicas que surgiram décadas após o período apostólico. A doutrina da Trindade tem raízes em passagens bíblicas e em reflexões teológicas dos primeiros séculos, e não surgiu ex nihilo nesse concílio.



Assim, houve embora debates, a visão trinitária não foi uma invenção arbitrária, mas sim uma manifestação de expressão de forma coerente a experiência da presença divina em Cristo.



Fontes:



Larry Hurtado, Senhor Jesus Cristo (2003)



Richard Bauckham, Jesus e o Deus de Israel (2008)



[06:04–06:41] – "1 João 5:7 é uma interpolação"



Alegação: O trecho trinitário em 1Jo 5:7 foi uma adulteração posterior.



Refutação: Correto, esse trecho específico é considerado uma interpolação (Comma Johanneum) ausente nos manuscritos gregos mais antigos. No entanto:



A doutrina da Trindade não se baseia apenas nesse versículo. Ela é construída a partir de todo o Novo Testamento, com base nas ações e naturezas atribuídas ao Pai, ao Filho e ao Espírito.



Fontes:



Bruce Metzger, Um Comentário Textual sobre o Novo Testamento Grego (1994)



Millard Erickson, Deus em Três Pessoas (1995)



[06:41–07:55] – "A Bíblia foi adulterada, manipulada com milhares de variações"



Alegação: A Bíblia foi manipulada por escritores com objetivos teológicos.



Refutação: A crítica textual admite muitas variantes , mas:



99% são insignificantes (ortografia, ordem de palavras).



Nenhuma alteração variante doutrinas essenciais da fé cristã.



A existência de mais de 5.800 manuscritos gregos permite comparar e reconstruir com altíssima precisão o texto original.



Fontes:



Daniel B. Wallace, Revisitando a Corrupção do Novo Testamento (2011)



Bruce Metzger e Bart Ehrman, O Texto do Novo Testamento (2005)



Obs: O próprio Bart Ehrman admitiu em entrevistas (como no debate com Daniel Wallace) que as doutrinas centrais cristãs não são afetadas pelas variantes textuais.



[07:55–08:31] – "Bart Ehrman se desconverteu por isso; Bíblia é humana demais"



Alegação: A fé cristã foi abalada por causa das variantes e da humanidade dos textos.



Refutação: A crise de fé de Ehrman foi pessoal e não um consenso entre estudiosos. Vários especialistas, mesmo críticos, continuam afirmando a confiabilidade geral do Novo Testamento.



Exemplo: Craig Evans, NT Wright, Gary Habermas, Ben Witherington III — todos confirmados como variantes, mas mantêm a confiabilidade dos evangelhos.



Crítica ao papel da psicologia e da religião (08:31)



Afirmação: “Mesmo com todas as construções humanas, ainda pode haver espaço para fé e espiritualidade.”



Refutação: Apesar de Gontijo reconhecer a dimensão humana da religião, ele não oferece alternativas ou explicações positivas para o religioso. Estudos de neurociência e psicologia cognitiva sugerem que a tendência religiosa faz parte da estrutura cognitiva humana e pode estar relacionada a padrões evolutivos de busca de sentido e moralidade.



Isso não invalida a fé nem reduz a religião a mero produto psicológico. Muitos filósofos contemporâneos, como Alvin Plantinga e William Lane Craig, defendem que a crença em Deus pode ser racionalmente justificada independentemente de provas empíricas. A ciência pode explicar como a religião surge, mas não necessariamente porque ela surge ou se é verdadeira.



Conclusão



Embora o vídeo de Daniel Gontijo levante questões legítimas sobre autoria, crítica textual e teológica, ele ignora nuances e consensos acadêmicos importantes, além de estudar dados verdadeiros com extrapolações ideológicas, a fé cristã não se apoia em uma versão idealizada da Bíblia, mas sim em fundamentos históricos, destruídos, textuais e teológicos sólidos.



Estes são exemplos de discussões críticas que existem ao redor da existência de Jesus e Seus ensinamentos. Elas partem de diversas narrativa que cada autor possui, afirmando ou refutando determinado trecho em foco. Da mesma forma nós possuímos nossas próprias narrativas que são corrigidas ou afirmadas com o conhecimento das narrativas que surgem ao nosso redor. Dessa forma é que possuo a minha própria narrativa e fico apenas a contemplar o que existe nas outras narrativas, sem me envolver na discussão de afirmar ou negar o que está escrito. Prefiro seguir aproveitando o que é defendido por terceiros para corrigir a minha própria narrativa, seguindo as minhas intenções de fazer a vontade de Deus conforme o ensinamento do Caminho da Verdade ensinado pelo Cristo e assim seguir no meu progressismo espiritual.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 28/05/2025 às 00h01
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