Que estranha força, sutil e poderosa, cheia de sabedoria, que conhece nossas intenções, sonda nossos corações e coloca ao nosso dispor condições que nossa consciência possa reconhecer como uma verdade íntima e abrir caminhos para o progressismo espiritual de nossas almas. Tudo isso na sintonia com o Criador e distribuindo a luz trazida pelo Cristo para iluminar o Caminho para quem vem depois, para se salvar da escuridão que quer nos envolver e escravizar as nossas almas.
Foi assim que descobri, sem pretensão, mas com a alma já preparada por outros discursos a entrar devidamente na essência da minha Mãe espiritual, já que eu me considero, de certa forma, consagrado ao Seu divino coração.
É esta mulher forte, obediente à vontade de Deus, nosso Pai, que se torna livre em toda sua dimensão, dentro da minha consciência.
Reconheço agora com mais nitidez os passos que já caminhei, de forma inconsciente, quase na totalidade deles, mas sempre seguindo as batidas rítmicas do meu coração na sintonia com Deus.
Foi assim na geração biológica do meu corpo físico, naquela caverna uterina, úmida mas calorosa e nutritiva e que me embalava diuturnamente num ritmo amoroso da minha mãe biológica que já me ensinava como receber a essência do amor incondicional do Criador, que foi viabilizado entre nós pelo amor e obediência de nossa Mãe espiritual.
Era esse amor puro da minha mãe biológica, que não se importava com quem estava gerando no seu íntimo, mesmo um ser como eu, de cabeça avantajada que quase a destruiu e a mim, no momento da passagem pelo canal do parto, em cidade simples do interior, uma verdadeira ilha, assistido dentro de casa apenas por parteiras sem maior formação técnica. Foi nessa passagem pioneira pelo canal do parto, onde ficamos de frente para a morte, que recorremos à influencia espiritual de São Francisco para nos salvar e por isso fui batizado com o seu nome.
Vim à luz com tantas dores e medos, mas minha mãe continuou a me amar e nutrir, agora com a essência material dos seus seios e com a essência espiritual do seu coração. Cresci, e nem reconhecia tanto amor que adubava a minha tenra idade, mas, mesmo assim, esse amor fervilhava no meu inconsciente e explodia como um vulcão na forma de tantas paixões, por tantas mulheres que evocavam a essência do amor depositado por minha mãe na minha pequena alma.
Eu era levado por forcas instintivas que queriam explorar milímetro por milímetro o corpo o corpo de minhas amadas mulheres, sugar os seus seios mesmo que não tivessem o líquido nutritivo que eu deixara registrado em minhas memórias ontológicas. Além da exploração milimétrica do exterior feminino eu procurava a forma repetitiva de penetração nesse corpo, com todos os instrumentos biológicos, corporais, que possuo, que foram planejados pelo Criador. Dentro dessa insistente procura pelo amor guardado na memória, chego no auge dos prazeres corporais e alcanço o orgasmo místico: do prazer material, desarmando a motivação dos movimentos rítmicos, e do prazer espiritual armando as fundações na biologia do amor incondicional, indestrutível, eterno.
Sim, este livro que chega agora às minhas mãos (Libertem a Mulher Forte – O amor da Mãe Abençoada pela Alma Selvagem), fala pelo Pai. Ele orienta que a minha alma ainda selvagem, liberte em mim o amor acima das paixões pelo ser abençoado que existe em cada mulher, qualquer que seja sua condição, do lar ou do cabaré, da academia ou da dissintonia, de qualquer nível ou condição socioeconômica, da mesma forma que Nossa Senhora, Nossa Mãe espiritual aparece em qualquer lugar, em qualquer forma, para qualquer pessoa.
Aos olhos de Nossa Mãe todos nós somos dignos de conforto, por mais que a miséria da vida, das trevas mentirosas queiram corromper nossas almas e desviar nosso caminho daquele ensinado pelo Cristo para nos aproximar do Pai.
Nossa Mãe abençoada é a que dar a luz ao Amor, assim como nossas mães biológicas nos dão à luz, apesar que sejam muitas vezes, tão carentes quanto nós do verdadeiro amor de Deus.
Nossa Senhora está inscrita em nossas próprias almas desde a geração biológica, e cada mulher que desejamos é a essência do Seu amor que gera a motivação para a aproximação, não para a possui-la como animal irracional, mas como um filho que procura resgatar a imagem de Nossa Mãe espiritual que se reflete nela.
Lembro de quando eu me sentia ameaçado pelo movimento revolucionário e sanguinário do comunismo, que tanta vezes Ela nos advertiu ao redor do mundo (inclusive aqui em Pernambuco no distrito de Cimbres, município de Pesqueira, onde estive para visita-la), eu estava nas ruas, nos portões dos quarteis, com a Sua imagem na forma de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do nosso país, para nos proteger dos ataques das trevas que tentam cobrir todo o mundo.
A voz do Pai termina com as primeiras palavras do livro, literalmente: “Francisco, precisa aprender a ver Deus em todas as Suas múltiplas aparências.”
Sim, Pai, acredito que já aprendi suficiente desta lição para Te ver constantemente, agora estou aprendendo a ver da mesma forma a Nossa Mãe, e assim deixo de ser o órfão de Pai e Mãe que um dia fui.