Não odeio nem adoro meu corpo. Eu o respeito como instrumento, veículo da minha evolução espiritual. Procuro mantê-lo em perfeita integridade e funcionamento e dele obtendo um prazer corporal quando atendo suas necessidades de forma limitada pela ética e bom senso, principalmente na alimentação (preservação da própria vida) e no sexo (preservação da espécie).

            Reconheço que Eu, Espírito, posso ter o corpo como um bem externo a minha essência espiritual, além dos bens de fortuna material que posso conquistar e o bem intelectual que herdei dos meus pais pela genética e que posso aprimorar com a educação.

            Tanto a fortuna quanto o intelecto não estão tão visíveis aos nossos olhos, ao nosso alcance perceptível como está o corpo e por isso às vezes nos identificamos com ele. Pensamos que o nosso Eu é o nosso corpo com suas sensações, e imaginamos que a morte que degenera o corpo irá nos destruir definitivamente, como pensam os materialistas.

            Jesus chegou a dizer aos fariseus que eles poderiam destruir o seu corpo, o Templo de Deus, como o corpo de cada um deve ser, mas Ele o reconstruiria com 3 dias. E isso de fato aconteceu, muitas testemunhas o comprovam.

            O Eu evoluído de Jesus certamente usou algo da natureza que Ele mesmo criou para reconstruir o seu corpo, novo templo de Deus, com as mesmas características do anterior.

            Cristo disse em Sua última ceia com os apóstolos que iria partir, mas deixaria seu sangue e seu corpo conosco. Na missa católica é representado o seu sacrifício e na Eucaristia o seu corpo é oferecido aos devotos na forma de hóstia.

            O apóstolo Paulo chega a dizer que não é mais ele que vive, e sim o Cristo que vive nele. Isso não quer dizer que o corpo de Cristo, o seu veículo, é que esteja vivendo em Paulo ou em qualquer um que queira seguir os passos dEle, como Ele ensinou.

            O corpo de Cristo é uma simbologia para representar o Seu Eu, a Sua essência. Eu também quero alcançar esse nível, de conseguir viver com o meu corpo como se fosse o corpo dirigido por Cristo, incorporando a Sua essência em minha consciência.

            O Cristo tinha uma missão dada pelo Pai, de vir ao nosso encontro neste mundo material e aperfeiçoar a lei que foi deixada com Moisés. De ensinar que o nosso Pai é amoroso, que devemos ama-Lo e respeitá-Lo, fazendo a Sua vontade, amando ao próximo como a nós mesmos e construindo o Reino dos Céus através da formação da família universal.

            Também eu recebi na minha consciência uma missão, de tentar aperfeiçoar aquilo que Jesus ensinou, fazendo a vontade do Pai, ser um construtor eficiente da família universal, amando de forma incondicional, acima de quaisquer preconceitos, mesmo que esses preconceitos estejam dentro das normas sociais ou dentro de associações espirituais que pretendem levar adiante o ensinamento cristão, como acontece na Igreja Católica.

            Estou pronto para oferecer o meu corpo em sacrifício, se isso for necessário, viver abandonado ou criticado por não seguir as regras que todos admitem seguir, como a exclusividade do amor, principalmente quando implica na sexualidade.

            Até agora não encontrei entre aquelas que o Pai enviou para o meu Caminho, quem pudesse ser carne da minha carne, sentir como eu sinto, e fazer a vontade de Deus como está escrita em minha consciência, em qualquer circunstância, em qualquer momento, com qualquer pessoa. Portanto, se estou seguindo no Caminho da Verdade ensinado pelo Cristo, a carne da minha carne deve saber com honestidade, o que vai no íntimo da minha consciência, dos meus pensamentos, dos meus relacionamentos.

            Somente desta forma estarei apto a me considerar como um cidadão do Reino de Deus e a quem estiver sintonizada comigo nesta condição de participar da minha carne onde permito ser dirigida pela essência do Cristo, na simbologia do Corpo de Cristo.