Sióstio de Lapa
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Meu Diário
14/06/2025 00h01
MOCINHOS E BANDIDOS

            Irei transcrever um texto do jornalista Luís Ernesto Lacombe por ser bastante útil para nossas reflexões...



Mocinhos e bandidos, bandidos e mocinhos



Há muitos anos, querem transformar bandidos em “vítimas da sociedade”, ou ir além, dar a eles um ar de “mocinho”...



Há muitas décadas, nossos escritores, dramaturgos, cineastas, artistas, jornalistas, nossos intelectuais produziram uma “cultura de idealização da malandragem, do vício, do crime”, que Olavo de Carvalho teve a coragem de denunciar. Com o tempo, os papéis acabaram invertidos: ladrões, estupradores, traficantes e assassinos foram “essencialmente bons ou pelo menos neutros”. As forças de segurança e “as classes superiores a que elas teoricamente serviriam viraram essencialmente mais”. Os crimes deixaram de ser apresentados como “homens inferiores do que os outros, sob qualquer aspecto que seja”. Humanizaram o delinquente, que se tornou uma vítima, um “injustiçado social”. Os policiais foram empurrados para definições grotescas, selvagens. Passaram a ser os maus. Tudo respaldado, como indicado Olavo de Carvalho, por “um exército de sociólogos, psicólogos e cientistas políticos, que dá discretamente, na retaguarda, um simulacro de respaldo 'científico'”.



A trágica comemoração pelo lançamento do MC Poze do Rodo, que passou alguns dias preso em Bangu 3, na zona oeste do Rio de Janeiro, mostra que alguma coisa não mudou. Ele declarou, ao entrar no presídio, que está ligado ao Comando Vermelho. As “letras” das suas “músicas” exaltam os traficantes da facção, o consumo de drogas e pregam a eliminação de policiais. Quando foi solto, o moço, em “português castiço”, disse: “Se meus filho vê polícia, meu filho chora ”… Ele jura que é só um cantor, que ganha a vida honestamente, mas está sendo investigado por lavar pelo menos R$ 250 milhões do Comando Vermelho, num esquema que envolve seus shows, sua mulher e até um terrorista da Al-Qaeda… E Poze do Rodo tem o apoio do trapper Oruam, que jura que seu pai, Marcinho VP, um dos chefes do Comando Vermelho, o ensinou a seguir o “caminho certo”… Oruam se orgulha de ter uma tatuagem em homenagem a Elias Maluco, outro traficante, seu “tio de coração”, que mandou matar brutalmente o jornalista Tim Lopes. Também não importa que ele “canta”, se exalte em suas “letras” o crime e os criminosos, Oruam, assim como Poze do Rodo, está vencendo todas as “injustiças da sociedade”.



As forças de segurança, em sua grande maioria, fazem o que podem. Vivem sendo esculambadas por uma imprensa imunda, que não autoriza o sacrifício diário dos policiais, que não se comove quando eles são feridos em serviço, quando são mortos pelos “coitadinhos” dos bandidos. Há sempre uma enxurrada de expressões maldosas contra aqueles que ainda tentam combater a criminalidade… Falam em “violência policial”, como se não houvesse a violência necessária, justificável. Falam em “letalidade policial”, quando as estatísticas sobre os agentes de segurança que tombam em serviço já não importam mais. Há jornalistas com os olhos cheios d'água quando ouvem os moradores de favelas, oprimidos na realidade por traficantes, dizerem que “têm mais medo da polícia do que dos bandidos”, como os filhos do Marlon Brandon, nome verdadeiro do MC Poze do Rodo. Se a inspiração dos pais do “cantor” quando o batizaram foi o ator americano, o filho certamente tem mais identificação com o personagem que Marlon Brando interpretou em “O Poderoso Chefão”.



O que temos, então, é uma inversão de papéis: bandidos talvez sejam mocinhos; policiais são certamente bandidos. Só que algo mudou, e não foi para melhor. Agora também temos reais inocentes que a turma não pode tentar transformar em criminosos, e para os quais não devem haver “perdão”. E a lista é grande, tem jornalistas, tem juíza, empresários, idosos, autistas, morador de rua, vendedor de algodão doce, cabeleireira… Tem militares, políticos. Quase todos são acusados de abraçar o maior mal contemporâneo: “a moral conservadora”, ou o simples respeito às leis e à ordem, a defesa da liberdade. Então, os bandidos de verdade já não são bandidos, e há novos “criminosos”, os mais perigosos da história… O comediante Léo Lins acaba de entrar para esse grupo. Tivesse se entregue ao tráfico de drogas, ou a desviar dinheiro de velhinhos do INSS, provavelmente estaria livre, leve e solto, mas foi inventar de fazer piada…



Por sua vez, a juíza que o condenou, seguidora fiel de Alexandre de Moraes, ocupa com louvor o novo grupo dos mocinhos que se entregaram a práticas altamente condenáveis. São ministros do STF, o procurador-geral da República, procuradores do Ministério Público, o advogado-geral da União, o diretor-geral e agentes da Polícia Federal, integrantes do governo federal… São a “força progressista” de agora… Com a consciência mais limpa deste mundo, eles podem culpar “forças reacionárias”, “fascistas”, “nazistas”, o capitalismo, o liberalismo por tipo de problema, todo. O “lixo da história” agora, para aqueles que desistiram de ser os mocinhos, mas, canastrões, tentam não se desfazer do papel, são todos os que desconfiam da salvação e proteção que o Estado gigante, tirânico promete. Até aqui, vinham sempre tentando transformar bandidos de verdade em vítimas, injustiçados e, eventualmente, até em mocinhos. Agora, jogam entre os criminosos uma série de inocentes, e esses devem ser caçados impiedosamente. Os bandidos de verdade mal travestidos de mocinhos inventaram um pântano de abusos, arbitragens e ilegalidades que eles e seus seguidores tratam como o paraíso. Infelizmente, são esses “novos mocinhos” que estão no comando… E o Brasil do avesso deve ser combatido com todas as nossas forças.



Este é um relato do que acontece hoje no Brasil. Nós, que defendemos a liberdade e a verdadeira justiça, estamos impedidos de soltar nossa voz e sermos condenados pela falsa justiça. O país alcançou um nível de autoritarismo característico das mais perversas ditaduras praticadas por países ditos socialistas, comunistas e, ironia, ditos até democráticos!


Publicado por Sióstio de Lapa
em 14/06/2025 às 00h01