O TESOURO ENFERRUJADO
“O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram.”
(TIAGO, capítulo 5, versículo 3.)
Os sentimentos do homem, nas suas próprias ideias apaixonadas, se dirigidos para o bem, produziriam sempre, em consequência, os mais substanciosos frutos para a obra de Deus. Este é o nosso tesouro dado pelo Pai na forma de talentos.
Em quase toda parte, porém, desenvolvem-se ao contrário, impedindo a concretização dos propósitos divinos, com respeito à redenção das criaturas, no alcance da pureza angelical. Os talentos não aplicados devidamente à pratica do amor incondicional se tornam enferrujados
Nós, que formamos a Associação Cristã de Moradores e Amigos da Praia do Meio (AMA-PM) procuramos ver e corrigir essa tendência instintiva que nos coloca dentro do progressismo material do egoísmo animal ao invés do progressismo espiritual dos propósitos divinos e nos tornamos pessoas enferrujadas.
De modo geral, vemos o amor interpretado tão-somente à conta de emoção transitória dos sentidos materiais, de sermos vistos como aquela pessoa que merece o aplauso de todos por estar trabalhando pelo bem comum...
Observamos a beneficência que trazemos a alguém produzindo perturbação entre nós para atender a dois ou três doentes, quando estas mesmas pessoas beneficiadas poderiam ser incluídas neste trabalho cristão, dando de graça aquilo que de graça recebeu...
Observamos que a fé que procuramos desenvolver no íntimo de nossa alma, termina por se desviar em alguns momentos em atritos e conflitos entre irmãos gerando agressões pessoais...
Assim, o zelo sagrado da aplicação de nossos talentos voltados para os propósitos divinos da existência termina se enferrujando pela força do egoísmo fulminante que faz parte dos nossos instintos animais.
Aqui, o perdão fala de dificuldades para expressar-se; ali, a humildade pede a admiração dos outros. Que seja difícil o perdão, mas se expresse! Que seja admirada a humildade, mas que não seja o nosso foco essa admiração!
Todos os talentos e sentimentos que nos foram conferidos por Deus são sagrados e somente a Ele devemos satisfação de nossos atos.
Constituem o ouro e a prata de nossa herança divina, mas como assevera o apóstolo, deixamos que as dádivas se enferrujassem, no transcurso do tempo.
Faz-se necessário trabalhemos, afanosamente, dia-a-dia, para eliminar a “ferrugem” que nos atacou os tesouros do espírito.
Para isso, é indispensável compreendamos no Evangelho a história da renúncia perfeita e do perdão sem obstáculos, da humildade sem vaidade, a fim de que estejamos caminhando, verdadeiramente, ao encontro do Cristo.
UFRN/CCS/HUOL/DMC/Foco de Luz/AMA-PM/Cons. Consultivo em 09-06-25