Meu Diário
06/04/2024 00h01
ALEMANHA NO FRONT CONTRA A IGREJA

Considerando Jesus como o maior ideólogo para a construção de uma sociedade ideal, livre e harmônica, e a sua ideologia mantida pela Igreja Católica Apostólica Romana, observamos que seus adversários, que querem ver uma sociedade em conflito e com a maioria escravizada a uma minoria, pretendem destruí-la para alcançar seus objetivos nefastos. Nós, que somos os mais interessados na vitória do Cristianismo, devemos estudar com atenção o livro (O processo sinodal, uma caixa de Pandora) que aborda diretamente o assunto e que pretendemos fazer isto aqui neste espaço. Abordaremos hoje o meio da introdução.



O caminho sinodal alemão



            Entre os defensores mais radicais da “conversão sinodal” da Igreja se encontra a maioria dos bispos alemães. Seu próprio “caminho” o Synodaler Weg, concentra e relança as exigências mais extremas do progressismo alemão.



            Para os seus promotores, o Weg não deve se limitar à Alemanha, mas servir de modelo e força motriz para o sínodo universal. Portanto, no vasto universo dos promotores da “sinodalidade”, os alemães aparecem como uma facção extrema, articulada e influente. Alguns dos vaticanistas mais conhecidos temem que a influência dos progressistas alemães possa ser decisiva nos trabalhos do Sínodo, como ocorreu durante o Concílio Vaticano II, quando “o Reno desaguou no Tibre”.



            Levada às últimas consequências, o Weg acarretaria uma profunda subversão na Santa Igreja Católica. O Cardeal Gerhard Müller, ex-prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, afirma: “Eles sonham com outra Igreja que nada tem a ver com a fé católica. (...) e procuram abusar desse processo para levar a Igreja Católica, não apenas em outra direção, mas a destruição da Igreja Católica”.



            Se o Sínodo Universal aceitar simplesmente uma parte do Weg alemão, poderá desfigurar a Igreja como a conhecemos. Obviamente não seria o fim da Igreja Católica, pois confortada pela promessa divina, ela tem a certeza da indefectibilidade, perdurará até a consumação dos tempos (Mt 28:20), e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16:18).



Uma experiência fracassada



            Antes de aplicar à Igreja Católica o “Caminho Sinodal”, seus promotores deveriam estudar experiências semelhantes, fracassadas em outras religiões. Veja-se o exemplo da Igreja da Inglaterra, que empreendeu seu próprio “Caminho Sinodal” na década de 1950.



            Gavin Ashenden, ex-bispo anglicano e ex-capelão da Rainha Elizabeth, convertido ao catolicismo, testemunha: “Acho que os ex-anglicanos podem ser de alguma ajuda, porque já viram o estratagema da sinodalidade aplicado à Igreja da Inglaterra, com efeitos divisivos e destrutivos. Como ex-anglicanos, já vimos esse truque antes, que faz parte da espiritualidade dos progressistas. Em termos bem simples, eles envolvem um conteúdo quase marxista em uma embalagem espiritual reconfortante; e depois falam muito sobre o Espírito Santo”.



            O padre Michel Nazir-Ali, ex-bispo anglicano de Rochester, e agora sacerdote católico, compartilha esta opinião e adverte: “Devemos aprender com a confusão e o caos que resultaram do ocorrido na Igreja anglicana e em algumas igrejas protestantes liberais”.



            Não é preciso ir longe para antever o fracasso da abordagem sinodal. Note-se o desastre da Igreja na Alemanha. Qualquer um ver que a Igreja na Alemanha está quase desaparecendo, em meio à pior crise de sua história, precisamente como consequência da aplicação de ideias e práticas semelhantes às que inspiram o Synodaler Weg que deve servir de modelo para reformar a Igreja universal.



            Por que impor à Igreja universal um “caminho” que já levou ao desastre em outros países?



            Por outro lado, como este livro deixará claro, quase ninguém se entusiasma pelo Caminho Sinodal, seja ele universal ou alemão. Há uma indiferença generalizada, e o número de participantes nos vários processos consultivos é irrisório. Saberão os promotores do Caminho Sinodal interpretar corretamente essa indiferença? Será que percebem estar jogando uma partida diante de arquibancadas vazias? Se ao menos fosse uma partida de futebol... Mas o que está em jogo é nada mais nada menos que a Esposa Mística de Cristo!



            Infelizmente essa realidade está acontecendo e a maioria, chego a arriscar 90% dos católicos não percebem essa ameaça que paira sobre os fundamentos cristão da Igreja Católica. Sempre que tenho oportunidade pergunto a meus pacientes ou alunos a transformação que está prestes a acontecer na Igreja. Muitos não sabem nem da existência da Teologia da Libertação e o estrago que ela está causando no seio da Igreja, com a cooptação de muitos clérigos de alta patente. Os leigos independentes que estudam a história real, dão uma boa contribuição nas redes sociais no esclarecimento da população que procura saber o que está acontecendo e tem uma mente aberta ao pensamento crítico e estão longe dos limites impostos pela hierarquia aos sacerdotes.



Publicado por Sióstio de Lapa em 06/04/2024 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr