Meu Diário
07/03/2024 11h12
PERGUNTAS SEM RESPOSTAS

            Observamos que a instituição STF, criada para defender a constituição, perdeu o sentido de sua missão e avança tresloucadamente nos direitos da cidadania que devia defender. O episódio de 8 de janeiro é um exemplo claro disto que estamos denunciando. O trabalho de Leandro Ruschel que ele publicou nas redes sociais apontam esta verdade. Vejamos...



Leandro Ruschel



Em entrevista ao jornal O Globo, Ministro Moraes afirma que havia um plano para assassiná-lo. Faço uma avaliação completa da entrevista. Confira.



O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, revelou que, durante os atos de 8 de janeiro, existiam planos extremamente violentos contra ele.



Um desses planos incluía sua prisão seguida de enforcamento.



Confira:



Diante das declarações, o ex-deputado DELTAN DALLAGNOL resolveu fazer uma série de indagações sobre o caso.



Deltan publicou em suas redes sociais:



O ministro Alexandre de Moraes, em entrevista a O Globo, diz que havia ao menos três planos para prendê-lo e assassiná-lo no 8 de janeiro (apesar de ele estar em Paris nesse dia), mas não revela os nomes de quem teria feito esse plano nem apresenta provas.



Diante das revelações do ministro, vale fazer algumas perguntas que, infelizmente, não foram feitas:



- Quem planejou matar o ministro e quais são as provas desse plano?



- Essas pessoas já foram denunciadas pela PGR e condenadas nos julgamentos do 8 de janeiro?



Por que não soubemos dessas pessoas até agora?



- Se o ministro era a vítima desses crimes, ele não deveria se declarar suspeito de julgar quem queria matá-lo?



- Essas novas informações não colocam o ministro sob suspeição para julgar todos os réus do 8 de janeiro, já que segundo entendimento do próprio STF, todos estavam ali em turba com um único objetivo, de dar um golpe?



- Como o ministro responde as críticas de que os réus do 8 de janeiro estão sofrendo abusos judiciais, como violação do juiz natural, ausência de conexão com pessoas com foro privilegiado, prisões preventivas alongadas, ausência de provas e de individualização de condutas e penas exageradas?



- Aliás, até hoje o STF não apresentou uma única pessoa com foro privilegiado que tenha participado dos atos do 8 de janeiro, a fim de justificar a conexão com os demais réus sem foro privilegiado. O ministro saberia dizer quem são as pessoas com foro privilegiado que atraem a competência da corte para julgar os demais réus do 8 de janeiro?



- Por que o ministro não apreciou em tempo o pedido de soltura de Clezão, que tinha parecer favorável da PGR?



Como responde as críticas de que a demora para decidir acarretou na morte de Clezão?



- Por que, logo após a morte de Clezão, o ministro soltou vários réus presos do 8 de janeiro que também tinham parecer favorável de soltura da PGR?



Isso não é uma prova de que essas pessoas ficaram presas de forma excessiva e ilegal?



- Quando serão encerrados os inquéritos ilegais que tramitam no Supremo há mais de 5 anos?



Como o ministro justifica a existência dos inquéritos após o fim dos prazos legais?



- E por fim, dar entrevistas sobre casos em julgamento não gera a suspeição do juiz?



Como o ministro responde a essa questão?



            As perguntas podem ser dirigidas ao órgão, ao STF, cuja missão está sendo vilipendiada por um dos seus membros com a cobertura da maioria. De alguma forma não se manifestam outras instituições que tem por missão colocar freios em tais disparates. Tudo mostra que a falta de freios para a missão do STF aponta para um Estado dominado pelo pensamento totalitário, que se alimenta da corrupção e da covardia de quem percebe as iniquidades, tem o poder de conte-las e não faz nada.   



Publicado por Sióstio de Lapa em 07/03/2024 às 11h12


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr