Meu Diário
17/06/2022 00h01
AJUSTE COMPORTAMENTAL

            Desde que eu mudei meus paradigmas comportamentais e elegi o Amor Incondicional como lei maior na minha vida, usando a bússola comportamental que o Cristo ensinou, de fazer ao próximo aquilo que desejo ser feito comigo, me transformei num tipo de carrasco que leva sofrimento psicológico intenso as pessoas que aceitam a minha convivência e intimidade. Chegam a dizer que eu posso ser um ótimo pai ou filho, mas um péssimo marido. Concordo com elas, e por isso não aceito a condição de marido, de ser casado com quem quer que seja.



            A primeira e única mulher que foi vítima deste meu comportamento, foi a minha primeira esposa, pois ela não sabia no que eu ia me transformar. Confessei a ela o que tinha acontecido com a minha consciência, ela tentou ainda conviver comigo, mas não conseguiu seguir junto até o fim de nossas vidas, como era a proposta inicial.



            Depois disso, qualquer mulher que se aproximava e que tinha o potencial de intimidades sexuais que poderia partir para uma convivência, eu dizia antecipadamente todo o meu perfil psicológico e comportamental atual. E que não poderia mudar em favor de ninguém, pois eu considerava isso como um compromisso meu com Deus, e assim estaria acima de qualquer outro interesse.



            Houve ainda uma segunda tentativa com o casamento, com uma pessoa que sabia dos meus paradigmas atuais. Tentou e também desistiu, me expulsou de casa com violência, apesar de toda a minha honestidade em falar tudo que acontecia comigo, e que estava disposto a sair de casa na harmonia, se assim ela decidisse. Mas, preferiu se sentir traída, junto com o nosso filho, e tomou essa atitude violenta e desarmônica no final.



            Percebi que o casamento não poderia entrar mais nas perspectivas de meus futuros relacionamentos, mesmo que a pessoa dissesse que aceitaria os meus paradigmas.



            Estou convivendo com outra pessoa que, da mesma forma, conhece tudo sobre mim. Fiz questão de explicar a forma completa do meu pensamento e que não haveria possibilidade de mudança de nenhuma maneira, desde o início. Mesmo assim, pela força da paixão, ela decidiu enfrentar as dificuldades da convivência, e imaginar que a fase de envelhecimento que estou entrando iria destruir a força dos instintos que motivam para liberdade de agir dentro do amor inclusivo, com todas aquelas mulheres que sintonizam e não tragam prejuízo para a lei do amor incondicional, pelo contrário, a favoreça. Nem a União Estável, uma condição jurídica fora do casamento que ela deseja alcançar, eu posso concordar, pois não vejo nela uma estabilidade emocional com os fatos da minha vida, que ela já conhece. A cada fato de meu relacionamento íntimo com outra pessoa é motivo para grande sofrimento, quebra da harmonia e que ameaça a continuidade da nossa convivência.



            Neste contexto, a única forma de manter a convivência com o mínimo de estresse e que não ameasse a harmonia no relacionamento, é transformar o relacionamento em amizade ao invés de conjugal. Acredito que fazendo esse ajuste com honestidade, me vendo como um amigo na convivência, atenue suficientemente o sentimento de “traição” que possa sentir quando souber do meu envolvimento com outras mulheres. Talvez assim consigamos alcançar a estabilidade emocional que justifique a União Estável que ela tanto deseja. O problema é: será que ela tem condições psicológicas de conviver comigo como amigo... ou pai, devido a diferença de nossas idades?



            Da minha parte não sentirei dificuldades maiores com esse ajuste, pois minha intenção, dentro dos meus paradigmas, é fazer feliz e harmônica a pessoa próxima de mim, e quem estará mais próxima de mim, além de mim mesmo, que a minha companheira?



            Mas, tudo está na permissão de Deus que aponta os caminhos ao nosso alcance e nós devemos escolher aquele mais apropriado para nos sentirmos harmônicos e principalmente, sentir que está fazendo a Sua vontade.



Publicado por Sióstio de Lapa em 17/06/2022 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr