Meu Diário
10/06/2022 00h01
CENTELHA DIVINA

            Tenho a compreensão de que fomos criados por Deus, tudo que existe. A alegoria que existe, do homem ser criado do barro e Deus ter colocado nele a Centelha Divina para lhe dar vida, entendo que essa criação reflete os passos da evolução nos seus milhões de ano. A Centelha Divina existe em cada existência criada e que pode se manifestar até este ente atingir um grau de complexidade que possa entender os valores morais e usar seu livre arbítrio para manter a harmonia da criação, como desejo do Criador.



            Podemos dizer que a Centelha Divina instalada no ser humano se manifesta a partir da primeira decisão moral. Essa Centelha de origem divina é a vibração miniaturizada do Criador, um tipo de presente que nos distingue das demais criaturas. É o nosso grande sinal de identidade como ser humano.



            Essa Centelha pode ser manifesta entre os cinco ou seis anos de idade. Alguns relatam que Jesus estimou em 2.134 dias que corresponde a 5,84 anos.



            Essa vibração celestial está instalada na mente humana, não no coração. Quando ela emerge à consciência e o homem pratica a primeira decisão moral, o Criador, que era tão distante para a criatura humana, abandona o Paraíso e se torna sócio do mais humilde e do mais primitivo de Sua criação material. Não é que Ele abandone qualquer região paradisíaca e venha encarnar no homem que rasteja sobre a Terra. É como se o ato moral, misericordioso, atraísse a essência de Deus, um tipo de fogo que acende a chama da necessidade de cada vez mais se aproximar do Criador, de saber quem é, porque está na vida e o que se espera que aconteça depois da morte do corpo físico.



            Entendo que o Deus que está em mim agora, desde que eu pratiquei o meu primeiro ato moral, vem se desenvolvendo a cada dia. Ele está dentro de mim não diluído. Está em estado puro, sem misturas... Deus mesmo, qual Ele é, como uma figura de holograma onde uma pequena parte representa o todo.



            É o Espírito Divino que desce e que acaba se unindo à criação, como está escrito em Levítico 9,22: Aarão levantou então as mãos para o povo, e o abençoou. Desceu após ter oferecido o sacrifício pelo pecado, o holocausto e o sacrifício pacífico.



            Ao se instalar dentro de mim, a presença do Pai, da Centelha, provoca o nascimento de uma Alma, criatura belíssima, que pouco a pouco, muito lentamente, vai despertando. Essa criatura é o molde sagrado no qual se formou a minha verdadeira personalidade. Meu Eu. Uma criatura imortal.



            A Centelha não cuida dos problemas que surgem na minha existência. Ela os conhece e pode aconselhar-me sobre o particular, mas sua missão é outra: ajustar a minha mente humana ao que realmente interessa, à vida que me aguarda, à vida eterna. Ou seja, ela me prepara, me dirige e tenta me mostrar o meu destino final, a verdadeira vida que me espera. Ela é um tipo de piloto.



            Deus fez as coisas tão bem que muito antes de eu entrar na eternidade já está me preparando para isso. Ele desce e eu subo. Deus desce para dentro de mim e capacita minha jovem alma para que ascenda, seguindo justamente o mesmo caminho que tomou o Pai em Sua descida do Paraíso.



            Chegará o momento em que ambas, a centelha e eu seremos uma só criatura, o estágio onde o Cristo se encontra. Estarei fusionado à Deus com minha alma humana imortal. Uma só coisa. A divinização do mais baixo e o último.



            Ela me molda e me dirige para o belo, para o sábio, para o misericordioso e para o serviço aos meus semelhantes. Ela consegue o grande prodígio, acaba apagando o medo de minha mente, e minha alma começa a conhecer a paz, a verdadeira paz espiritual.



            É a centelha que me proporciona a tranquilidade e a segurança. Ela me mostra o caminho. Ela me faz a grande revelação: que sou filho de Deus.



            Essa revelação não é feita através da voz da Centelha. Ela se confunde na minha mente... às vezes identifico como um eco distante, e sempre como uma participação em cada circunstância da minha vivência.



            O Pai é tão cuidadoso que caminha “na ponta dos pés” dentro de mim, dentro de qualquer pessoa, por isso ninguém percebe a sua existência.



            Por isso Jesus disse que veio ao mundo, para ensinar que não estamos sozinhos nem abandonados e que Ele reside em nós e garante a imortalidade e a felicidade futuras.



Publicado por Sióstio de Lapa em 10/06/2022 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr