O Pai colocou à minha frente o livro que estava parado na minha biblioteca, “Ave Cristo” e logo percebi que Ele queria que eu o lesse, certamente alguma instrução para os meus próximos futuros passos eu irei encontrar. Pois então, deparei-me com o trecho da descrição do personagem Quinto Varro, um jovem patrício romano, que dizia o seguinte:
“Encantado com conceitos sábios, Varro confrontava-os com os ensinamentos de Jesus, que detinha de memória, refletindo sobre a facilidade da conversão da cultura romana aos princípios do cristianismo, desde que a boa vontade pudesse penetrar o espírito dos seus compatriotas.
Descendente de importante família cujas raízes remontavam à República, não obstante a grande pobreza de bens materiais em que se debatia, era apaixonado cultor dos ideais de liberdade que invadiam o mundo.
Doíam-lhe na alma a ignorância e a miséria com que as classes privilegiadas mantinham a multidão e perdia-se em vastas cogitações para encontrar um ponto final aos milenares desequilíbrios da sociedade de sua pátria.
Reconhecia-se incapaz de qualquer mensagem salvadora e eficiente ao poder administrativo. Não possuía ouro ou soldados com que pudesse impor as opiniões que lhe fervilhavam na cabeça, entretanto, não ignorava que um mundo novo se formava sobre as ruínas do velho.
Milhares de homens e mulheres modificavam-se mentalmente sob a inspiração do espírito renovador. A autocracia do patriciado lutava, desesperadamente, contra a reforma religiosa, mas o pensamento do Cristo, como que pairava acima da Terra, conclamando as almas a descerrarem novo caminho ao progresso espiritual, ainda mesmo a custa de suor e sangue no sacrifício.”
Esta descrição de uma forma de pensar há dois mil anos, continua ainda atual nos dias de hoje. Mesmo que tenhamos tido avanços sociais nesse período de tempo, continuamos com massas de ignorantes e miseráveis. Miseráveis de todos os níveis, aqueles que mendigam pela sobrevivência, mergulhados na mais negra ignorância, e aqueles afortunados, com riquezas incalculáveis, distribuídas por paraísos fiscais, longe do olhar da Justiça, laureados pelas honras acadêmicas, mas que permanecem ignorantes dos valores e consequências espirituais.
Também me sinto incapaz de levar de forma pragmática uma mensagem corretora desses desvios comportamentais que fogem dos caminhos da divindade. Mesmo assim, continuo fazendo o que posso para seguir a vontade Deus conforme Ele coloca em minha consciência e afirma indicando textos como este.