Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
21/08/2025 00h01
DEUS, POR SER BOM...

            Logo na primeira questão do Catecismo de São Pio X, há uma frase que me chamou a atenção: “Deus por ser muito bom, quis dar a todos os seres que hoje existem um dom precioso: o dom da existência.”



            Volto ao que está sendo ensinado no referido Catecismo. Deus está só no mundo. É um Ser existente e que não foi criado. Esta é uma conclusão necessária, pois senão o nosso raciocínio entraria em parafuso em busca desse Ser, incriado e capaz de criar tudo. Então, para evitar entrar na infinitude dessa procura que sabemos que o Ser existe lá, o nosso racional aceita que este do qual falamos agora é o Deus criador.



            Deus vai criar tudo que existe com o poder de Sua imensa sabedoria, comparada com a nossa que está ainda em processo de aprendizagem, em busca da essência do Criador. Todos os seres criados devem estar harmonizados dentro da Natureza formada e seguindo um progresso que seja conveniente para todos, nas duas dimensões, material e espiritual onde a evolução acontece.



            Portanto, tudo que Ele vai criar deve se reportar a Ele, pois não tem outro ser. O ser vivo que vai ser criado deve cumprir as leis da Natureza que também foram criadas por Deus, para que o Seu mundo seja dinâmico como um filme e não estático como um retrato. E, principalmente, que o ser vivo criado tenha capacidade de raciocínio e discernir o que é certo ou errado dentro do contexto em que está vivendo, no mundo material.



            Por esse motivo observamos toda uma dinâmica inicial de seres que se digladiam em busca da sobrevivência, onde se observa a lei do mais forte, do mais apto a manter a sua própria sobrevivência e a sobrevivência de sua prole. Até aqui não há problemas, pois o ser vivo está agindo dentro da evolução obedecendo aos instintos que se motivam em busca de prazer para alcançar a alimentação e o sexo, para a preservação do corpo e da espécie.



            Conforme a previsão do Criador, o processo evolutivo vai gerar algum ser com uma capacidade de processamento racional capaz de compreender o contexto da Natureza, avaliar o que é bom ou ruim para si e seus parentes, e nesse momento é quando o escritor do Catecismo imagina Deus ser bom para nós humanos, por usufruirmos toda a riqueza e beleza da Natureza.



            Imagino que o catequista ao escrever, esteja em um ambiente confortável, longe do fogo de um vulcão, dos tremores de um terremoto, das agonias de um tsunami ou mesmo das garras de um animal selvagem ou de um serial killer humano. Quem estivesse em uma dessas situações poderia dizer que Deus era mau por lhe causar tanta dor e destruição.



            Portanto, seria mais conveniente não adjetivar Deus como bom ou mau, e sim que nos criou com um propósito de alcançarmos a sua intimidade com Ele no fim de nossa evolução vivencial.



            Dai, a nossa pouca sabedoria pode nos fazer imaginar que esta é a respiração de Deus, jogar na Natureza pingos de Sua essência, simples e ignorantes, todas com o potencial de evoluírem até alcançarem a perfeição e a sua integração com o Criador, como se fosse um processo de inspiração onde iríamos nutrir a Sua psicofisiologia e sermos jogados de volta na Natureza no ato da expiração.



            Assim estamos no transcurso da eternidade na simbiose com Deus, criada por Ele mesmo, e nós, com erros e acertos, vamos nos depurando, burilando o nosso comportamento até fornecer a Deus o “oxigênio” que Ele espera de nós.



            Enfim, posso concluir que Deus é bom para nós enquanto formos bons para Ele, cumprindo as Suas leis, formando a família universal, capaz de nos conduzirmos como cidadãos dentro do Seu Reino espiritual, eterno, e não como animais, querendo formar famílias exclusivas e parasitas em reinos etéreos dentro da dimensão material.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/08/2025 às 00h01
 
20/08/2025 00h01
COMER E BEBER

COMER E BEBER



“Então, começareis a dizer: Temos comido e bebido na tua presença e tens ensinado nas nossas ruas.” — Jesus.



(LUCAS, capítulo 13, versículo 26.)



O versículo de Lucas, aqui anotado, refere-se a pergunta que alguém fez à Jesus: “Senhor, serão poucos os salvos?”



O Mestre respondeu: “Esforcem-se para entrar pela porta estreita, porque eu digo a vocês que muitos tentarão entrar e não conseguirão. Quando o dono da casa se levantar e fechar a porta, vocês ficarão do lado de fora, batendo e pedindo – Senhor, abre-nos a porta. Ele, porém, responderá – Não os conheço, nem sei de onde são vocês. Então vocês dirão: comemos e bebemos contigo, e ensinaste em nossas ruas. Mas ele responderá: não os conheço, nem sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, todos vocês que praticam o mal.”



O quadro reflete a situação dos religiosos de todos os matizes, pastores ou ovelhas, que apenas falaram, em demasia, reportando-se ao nome de Jesus.



No dia da análise minuciosa, quando a morte abre a porta do mundo espiritual, eis que dirão ao dono da casa, Deus, haver “comido e bebido” na presença do Mestre, cujos ensinamentos conheceram e disseminaram nas ruas.



Comeram e beberam apenas
egoisticamente. Comeram e acreditaram com a fé intelectual. Beberam e transmitiram o que haviam aprendido de outrem.



Assimilar a lição na própria existência, agindo em seus relacionamentos conforme o conteúdo que aprendeu, não interessava à sua mente impregnada dos valores materiais, do conforto e segurança do corpo, seguindo os interesses da mente inconstante.



Conheceram o Mestre, é verdade, mas não o revelaram em seus corações.



 Também Jesus conhecia Deus; no entanto, não se limitou a afirmar a realidade dessas relações. Viveu o amor ao Pai, junto dos homens. Ensinando a verdade, entregou-se à redenção humana, sem cogitar de recompensa. Entendeu as criaturas antes que essas o entendessem, concedeu-nos supremo favor com a sua vinda, deu-se em holocausto para que aprendêssemos a ciência do bem.



É isso que procuramos fazer na nossa comunidade e adjacências, através da Associação Cristã de Moradores e Amigos da Praia do Meio (AMA-PM). Entendemos que não bastará crer intelectualmente em Jesus. É necessário aplicá-lo a nós próprios.



Esta tarefa que assumimos, da compra da sede própria para a AMA-PM, é um bom exemplo. Além de falarmos sobre o Evangelho nas igrejas, nas ruas, nas praças, também estamos gastando energia para construir um edifício que não nos pertencerá, mas que servirá de ajuda a todos que tiverem necessidade.



Estamos sempre reunidos e com nossos convidados para refletir, opinar e agir na solução dos problemas que nos aflige a cada dia, sabendo que nascemos na Terra para uma vida eterna mais alta no mundo espiritual, como o Cristo ensinou: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.”



UFRN/CCS/HUOL/DMC/Foco de Luz/AMA-PM/Cons. Consultivo em 18-08-25


Publicado por Sióstio de Lapa
em 20/08/2025 às 00h01
 
19/08/2025 00h01
RESOLUÇÃO FRATERNA

            Fui chamado para mediar o conflito que estava estourando na casa de Dioclécio, que ele estava enfurecido, agindo com ameaças e agressões. Sua esposa sabia que podia conversar com ele na minha presença, pois ele iria ouvir.



            Concordei e fui até sua casa. Dioclécio estava comendo churrasco de frango com batata cosida e me ofereceu. Não faz bem o meu gosto, mas como eu não havia comido nada durante o dia e serviria para manter o nível de amizades que sempre temos, aceitei.



            Enquanto eu comia junto com ele, chegaram a esposa e as duas filhas. As filhas permaneceram caladas, mas a esposa comecou a falar, descarregando sobre ele uma série de acusações durante um bom tempo e que já me preocupava, pois Dioclécio calado, apenas mostrava em alguns momentos, movimentos como de falar ou de se retirar.



Quando eu senti que a esposa tinha colocado tudo o que estava acontecendo de mais importante e que já começava a se repetir, pedi para ela parar para dar a oportunidade de Dioclécio falar. Com certa dificuldade, depois de pedir algumas vezes, ela conseguiu parar.



            Dioclécio comecou a falar e colocar sua versão dos fatos, mas logo a esposa o interrompia e o relato caminhava para discussão. Foi necessário a minha intervenção por diversas vezes para deixar que o marido colocasse algo do que sentia.



            Dentro de tal ambiente, percebi que não era conveniente colocar a proposta de conciliação, o emocional estava muito estragado e o melhor seria a separação. Eles aprovaram a sugestão de separação, com Dioclécio saindo de casa para a posteriori ver no consenso ou na justiça a justa separação dos bens.



            Terminamos a reunião com esse acordo e sugeri a Dioclécio que me acompanhasse para conversarmos sozinhos sobre a sua saída da casa. Ele disse que não tinha recursos para saída de imediato, mas eu disse que lhe apoiava financeiramente no que fosse necessário. Além disso, ele sabe que tenho uma casa no sítio em Capela e que ele poderia ir para lá no tempo que necessitasse. Ele disse que tinha um terreno e que poderia começar a construir uma tapera por lá, mas estava com problemas nos olhos e tinha que gastar dinheiro para curar, senão não podia trabalhar. Eu disse que trabalhava junto com a secretária de outro departamento que tem professor oftalmologista e que ria ver se seria possível esse tratamento por lá sem necessidade de pagar. Ele agradeceu e antes de sair pediu para dormir no ambiente da clinica que fica vizinho à sua casa.



            No dia seguinte recebi a notícia que a esposa estava com medo, que ele havia quebrado a televisão da casa, que iriam para a polícia pois estava havendo medo de morte.



            Foi neste ponto que perdi a minha condição de resolver a questão fraternalmente. Eu teria orientado a saída de casa da esposa e das filhas para evitar o medo da morte. Quando eu chegasse à noite iria falar com ele que se encontrava sozinho em casa sobre o acordo que havíamos feito, o que tinha acontecido para ele destruir um objeto doméstico e deixar a esposa apavorada com medo dele. Certamente ele iria dizer suas razoes e eu iria reforçar que era necessário a saída dele o mais rápido possível para que houvesse condições de sua família voltar para casa sem a presença dele e tudo se resolver em clima de amizade, pois afinal são mais de vinte anos de relacionamentos onde muita coisa boa aconteceu. Poderia até lembrar a ele sobre uma história que li em uma das nossas reuniões da Escola do Evangelho, sobre a atitude de uma pessoa que foi agredida pelo amigo e que escreveu aquela agressão na areia; em outro momento ele estava se afogando e aquela pessoa correu para salva-la. Assim que pôde ele escreveu o fato na pedra. Quando interrogado pela pessoa o amigo disse: sempre escrevo o que fazem de mal comigo na areia para o vento levar, mas o bem que fazem comigo escrevo sempre na pedra para o tempo não apagar. Pediria a Dioclécio que lembrasse dessa história que tanto encantou a todos nós quando foi contada, e que aplicasse na sua vida.



            Deixaria ele dormir na sua casa sozinho e no dia seguinte iria vê-lo e perguntar se havia decidido alguma solução. Poderia até ampliar ainda mais as opções que em nossa primeira conversa não lembrei, dele ficar na casa que alugamos em Muriú até quando ele tivesse outra solução. Diria a ele que iria participar de uma reunião com Michele Bolsonaro com Simone sua mulher e as duas filhas e que ao terminar iríamos almoçar juntos e aproveitar um pouco da Praia que fica perto do meu apartamento.



            Mostraria a ele, que apesar dele ter razão em vários aspectos, era importante agora a sua decisão de se afastar o mais rápido possível da zona de conflito para trabalharmos com amor e tolerância de todas as partes a recuperação da harmonia na família que ele construiu e em ambas as famílias associadas, a família dele e da esposa.



            Acredito que esse apelo sem jogar sobre ele a força da justiça, mas sim a força do amor, seria suficiente para quebrar tanta hostilidade, afinal já tive o sucesso com uma pessoa que me conhecia muito menos e que pensava que eu iria assassinar também sua filha e jogar no matagal.



            Sei que o demônio pode penetrar na mente de quem permite que o monstro de sete cabeças, entre elas o ódio, domine os pensamentos, sugerindo coisas macabras como matar (assassinar) ou morrer (suicídio). Mas o Mestre conseguia expulsar todos esses demônios e deixando a pessoa livre para fazer a vontade de Deus, como aconteceu com Maria Madalena e outras pessoas.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/08/2025 às 00h01
 
18/08/2025 00h01
JUSTIÇA E MISERICÓRDIA

            Dioclécio vivia angustiado, mas procurava evitar que percebessem. Mantinha sempre um riso no rosto e uma brincadeira nos lábios. O cachorro da casa o adorava, as filhas lhe tinham afeto, mas a esposa...



            A esposa sempre foi uma incógnita em sua vida. Ficou apaixonada por ela desde o início quando a conheceu, e usou todos os recursos para lhe conquistar. Até apareceu em sua casa montado em um belo cavalo branco e paparicar a sua ciosa mãe.



Mas a esposa, apesar de ter aceito o namoro, não queria casar. Foi necessário muito conselho da família e até do padre, para ela aceitar no último momento a entrar na Igreja como noiva.



            Acredito que tenha sido a partir daí o início dos ressentimentos que Dioclécio comecou a juntar no seu inconsciente. Ele procurava fazer o máximo dentro de suas possibilidades para alcançar um tipo de parceria afetiva da sua esposa com ele. Levava ela para jantares, festas, chegou a leva-la nos braços para dentro do quarto e até de joelhos lhe oferecer rosas. Mas, em troca Dioclécio só recebia ironias, a esposa colocava as suas ações de forma divertida, fazia todos rirem de todos os seus esforços. Ele também ria e disfarçava o ressentimento que ia se juntando no peito.



            Quando ele saía para trabalhar fora do Estado em que morava, chegando a passar até três meses distante da família, ao chegar sem avisar para fazer uma surpresa agradável à esposa, recebia dela a sugestão, de forma irônica, que ele avisasse quando chegasse para evitar encontrar outra pessoa dentro de casa. Guardava mais ressentimento dentro de si e procurava abafar os seus efeitos com o uso de bebidas alcoólicas, festas com os amigos, jogos de futebol ou de baralho.



            O tempo passava, a idade cada vem aumentava, o trabalho autônomo que fazia dependia da sua visão que estava danificada pelas chamas que sempre usava no seu serviço. Já perdera a visão de um olho, se sentia incapacitado de voltar ao trabalho se não fizesse uma cirurgia que custava caro. Ele não tinha um emprego regular ou plano de saúde, que tirasse uma licença remunerada e que tivesse a cirurgia sem pagar. Tinha que garantir o máximo de economia para ter consigo os recursos e viabilizar suas necessidades e da família.



            As suspeitas de que estava sendo traído por alguns artefatos que encontrava em casa foram as gotas de ressentimentos que extrapolou o seu controle emocional. Passou a reagir com palavras rudes, pornofônicas, agressivas, de tom moral chegando ao limite da agressão física. Sentia a sua honra de homem ser destruída, sua capacidade de provedor ameaçada... num ímpeto de desespero quebrou objetos domésticos e logo viu chegar a polícia para leva-lo à delegacia e expulsa-lo de casa.



            Foi nesse momento que, algemado em frente ao delegado, cercado por policiais armados, com acusações por todos os lados, sem ninguém a lhe defender, que ele lembrou de uma frase que ouvira na Igreja: “Bem-aventurados os sedentos de justiça e misericórdia”.



            Sim, ele estava sedento de justiça e misericórdia, mas por que bem-aventurado? Não conseguia entender. Mas sentia que tinha alguém que ninguém via, nem ele mesmo, mas que aquelas Suas palavras ouvidas na Igreja apontavam para o Pai que jamais o abandonou, que conhece todas as suas dores, que sonda o seu coração e não encontra maldades. Compreendeu que essa incompreensão do mundo, essa falta de justiça e misericórdia que não encontra em ninguém, é o que estava lhe levando para os braços do Pai, que sempre é bondoso e acolhedor com todos os seus filhos, principalmente os sedentos de justiça e misericórdia. Por isso ele estava sendo bem-aventurado.



            De repente sentiu um alívio em sua alma que estava se libertando das cadeias das raivas, dos ressentimentos, da cegueira que chegava, do provedor que partia. Já não sentia o frio das algemas em seus braços, a ameaça dos soldados armados ao seu redor, das palavras duras do delegado à sua frente, dos olhares raivosos ou chorosos dos parentes à distancia. De seus olhos também corriam lágrimas, mas agora eram lágrimas de compaixão não consigo mesmo, pois estava no colo do Pai, mas por todos que o crucificavam sem saber na verdade o que faziam.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/08/2025 às 00h01
 
17/08/2025 00h01
TERAPEUTA CRISTÃO

            Sou um terapeuta, psiquiatra, que procura cuidar da alma das pessoas. Para fazer isso procuro sempre me amparar nos ensinamentos que o Mestre permitiu que fosse registrado no Evangelho. Por isso posso me considerar um terapeuta cristão.



            O Mestre ensinou que a cura não é somente o desequilíbrio orgânico e/ou comportamental das pessoas. Não é somente devolver aos paralíticos os movimentos das pernas e braços. Não é somente fazer ver aos cegos ou acalmar os revoltados. É principalmente libertar as almas que estão presas no cárcere da carne ou nos ressentimentos das injúrias.



            Quando se inicia um incêndio em uma casa e somos chamados para cooperar, o que nossa inteligência procura logo fazer é salvar as criaturas que moram na referida residência. O mais, tudo vira cinzas. Vamos ficar tristes ou desesperados porque se queimou a casa e a mobília, a geladeira, o televisor? Seria melhor ter morrido as pessoas e se ter salvo os utensílios materiais? A lógica diz que não. O corpo e o comportamento é apenas uma vestimenta para a nossa alma.



            É a alma que precisa ser socorrida em primeiro lugar, pois ela está presa nessas estruturas materiais, quer seja uma obesidade, uma cegueira, um comportamento alcoólico ou agressivo. Desatar as amarras da alma que estão presas a essas estruturas materiais é um princípio de cura. Se formos dar mais comida ao obeso, mais vendas ao cego, mais bebidas ao alcoólico ou mais raiva ao agressor, então estaremos fortalecendo as correntes que mantem presa a pobre alma.



            Não podemos curar ninguém, mas podemos servir de alertas para que os enfermos se curem a si mesmo. Lembremos da ação do Mestre quando interpelou ao malvado Saulo que tanto perseguia, prendia e apedrejava os cristãos. Foi suficiente a pergunta feita: “Saulo, por que me persegues”? O raivoso Saulo caiu do cavalo e enquanto recuperava a cegueira que vivia dentro dele refletiu que sua vida estava seguindo por um equívoco até aquele momento, que o Deus que ele tanto queria defender era justamente a quem ele atacava. A sua alma ficou livre das amarras da raiva equivocada e decidiu que iria fazer a reparação do mal que havia praticado. Dedicaria a sua vida para ensinar por todo o mundo sobre a existência desse Deus que ao invés de ter lhe destruído o corpo como ele fazia com quem acreditava nEle, libertou a sua alma.



            Foi esse homem perverso, tão transformado na intimidade que chegou a mudar o seu nome de Saulo para Paulo, que trouxe esse ensinamento do meio do seu povo para todas as nações, para que eu, enquanto gentio, tivesse condições de ser ensinado por esse Mestre categorizado como Deus e ter a minha própria vida transformada, ter me tornado um terapeuta cristão.



Coloquei a Sua principal lei (amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo) na minha consciência e apliquei em todos meus relacionamentos, na família, no trabalho, na sociedade.



            Como terapeuta cristão eu procuro fazer com que os enfermos pela força da própria dor conheçam a si mesmo e faça uso da bondade que têm em seus corações, que foi depositada por Deus, que é o Pai de todos e gerador do amor incondicional. Não é porque a pessoa sofredora não é o meu parente biológico que irei esquecer que é o meu irmão, que faz parte da minha família universal, e que merece ser tratado como se eu estivesse no lugar dele.



            Não posso levar a cura a nenhum irmão de fora para dentro, por meios repressivos, policiais, como se fosse uma fera irracional, destruidora, sem compaixão, que não é digna de piedade. A verdadeira cura, o restabelecimento completo da alma e do corpo vem de dentro, da fonte inesgotável do Espírito que não foi feito pelo Pai doente, mas com perfeita saúde.



            Se eu quero ser um terapeuta cristão em nome da caridade, não posso esquecer, jamais, que ao cuidar do corpo e do comportamento, devo propiciar os meios de autoconhecimento por ser esse meio um caminho, uma semente de luz que cresce na temperatura do amor, abrigado no coração.



            Também tenho que ser preventivo comigo mesmo, pois a raiva e ódio que incendeia as pessoas podem me chamuscar. Devo curar a mim mesmo da raiva que quer aprisionar a minha alma quando vejo tantos irmãos, mesmo sendo advertidos pelas palavras do Cristo que tanto leem ou escutam nas igrejas, não conseguem colocar a caridade que podemos fazer acima da justiça que é função de Deus.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/08/2025 às 00h01
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