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AMOR E SEXO
            Encontrei uma excelente palestra feita por Divaldo Franco e publicada no Youtube 1 ano atrás, com o título “O emocionante encontro de Divaldo Franco com Chico Xavier”. O trecho que fala de “Amor e sexo” é imperdível, de imediato pequei meu PC e digitei, para poder dividir a reflexão com meus leitores.
            Eu tinha uma pergunta para fazer a Chico, mas tinha vergonha. Porque naquele tempo, a palavra sexo era uma tremenda imoralidade. Não se pronunciava, todo mundo era assexuado. As crianças nasciam no repolho e chegavam através da cegonha... eu queria nascer na Suíça, a cegonha passando por Salvador, cansou e me largou lá... então meus amigos, eu estava com 19 anos... meu Deus, como é que eu faço? Minha mente é muito impura! A castração religiosa... eu era sacristão, queria ser fiel... você olhava para aquele homem que se levantou e foi nos servir... servir a la Pedro Leopoldo. Com uma colher derramava assim, derramava acolá... eu não queria comer nada, eu só queria olhar para ele, e ria, e ria... aí olhava para mim, pegando meu pensamento. Como esquecer que existem na Terra os embaixadores de Deus, e nós conhecemos um dos embaixadores de Deus. Não é um elogio chan, é um depoimento público permanente.
            Quando terminamos o almoço, saímos da casa de D. Luiza, ele me pegou no braço, tinha uma laranjeira em flor e ele então pegou uma haste, olhou para mim com um pouco de dificuldade visual e falou “ipsis verbis”:
            - Tudo na Natureza é uma função sexual. A planta, que introduz suas raízes na base da Terra para sugar o húmus e água, e transformá-los em madeira, e perfume, e flor, e fruta, realiza uma sublime função sexual. O sexo, é o mais sublime departamento da vida. As criaturas humanas atormentadas pelo gozo e pelo prazer, transformaram a função divina da procriação na luxúria, na libido.
Durante 2 horas ele abordou o tema.
- A pessoa que vive numa parceria honesta, vive em castidade. E a pessoa que se castra e tem a mente pervertida, encontra-se em corrupção. O importante não é o ato, é a intenção. Deus colocou hormônios de prazer para que a sagrada fonte procriativa seja resultado de uma emoção divina. E é por isso que essa sensação psicofísica concede à plenitude. A grande bênção do amor não é o ato sexual, porque se pode amar sem praticar o ato, como você pode vivenciar o ato sem amar. Os animais em geral, procriam, mas não se amam. O amor é a presença de Deus na alma, e no momento em que se busca o êxtase, ao invés do mecanismo erótico, a ternura, o amor, as expressões que produzem hormônios de natureza transpessoal, que produzem nos neurônios cerebrais a produção da oxitocina (que eu não sabia o que era)... e vai... e vai... depois da efusão, quando é invadida pelos hormônios da beleza; deve continuar esse ato de 16 a 18 segundos no sentimento de gratidão pelo outro, e ao invés de dar-lhe as costas, dizer-lhe ternamente: obrigado! A minha vida sem você não teria sentido... você é o pão da minha existência... acariciar... um ato tão profundo, onde o torpor toma conta do ser para renovar-se.
Duas horas, e eu deslumbrado, memorizando, devorando cada sílaba, quando ele diz: - É um presente de André Luiz para a sua juventude. Apaixonei-me. Não podia ser diferente.
Essas palavras, esses ensinamentos, calaram fundo na minha alma. Finalmente eu havia encontrado uma interpretação piedosa e sábia para aquilo que eu fazia na juventude, e até hoje, com relação ao sexo, que era e é tão violentamente condenado pelos circunstantes que tinham conhecimento, mas que a minha consciência não conseguia acusar o erro. Intuitivamente eu sabia que não estava errado, mas não tinha as palavras sábias de André Luiz para com elas justificar meus atos, palavras que foram percebidas através da mediunidade de Chico Xavier e que Divaldo Franco tão bondosamente dividiu conosco.
Agora tenho melhores argumentos que utilizarei para justificar a mudança dos meus paradigmas, de viver uma vida cheia de tabus e restrições, que impediam a livre expressão do amor, só porque dentro dessas ações existia a possibilidade do ato sexual, com a visão exclusiva da imoralidade, da luxúria, e nunca considerando como a mais bela função divina que o Criador colocou ao nosso alcance. É esta função divina que procuro sintonizar, não importando com oz rigores da censura que façam sobre ela. Acredito que se todos tivessem essa compreensão, a censura não existiria. Estaríamos bem mais próximos da família universal, do Reino de Deus.
 
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 03/10/2019


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr